A censura imposta ao jornal O Estado de S.Paulo por decisão judicial completa hoje exatos 180 dias. O jornal está proibido de veicular qualquer informação sobre a Operação Boi Barrica, da Polícia Federal, relacionada ao empresário Fernando Sarney – filho do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).
A mordaça tem sido condenada com veemência por juristas, entre outros expoentes do meio acadêmico, entidades da sociedade civil e defensores da liberdade de expressão, tanto no Brasil e como no exterior.
Fernando Sarney, que administra os negócios da família e está entre os alvos da Polícia Federal, apresentou no dia 18 de dezembro, véspera do recesso forense, pedido de desistência da ação, mas a censura permanece em vigor.
Desde o último dia 7, com o término do recesso, o jornal aguarda ser intimado a decidir se concorda com a extinção ou prefere que a Justiça aprecie o mérito. O pedido do empresário foi feito nove dias após o Supremo Tribunal Federal (STF) ter arquivado reclamação do jornal contra a censura sem decidir sobre seu mérito.