A Comissão de Infraestrutura do Senado aprovou hoje os indicados para assumir a direção do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit), um dos primeiros alvos da “faxina” contra a corrupção deflagrada pela presidente Dilma Rousseff. Com 18 votos – numa comissão integrada por 23 senadores – o general Jorge Pinto Fraxe foi aprovado para a diretoria-geral do Dnit, e o engenheiro Tarcísio Gomes de Freitas para a diretoria-executiva. Nenhum senador votou contra as indicações, que ainda serão submetidas ao plenário do Senado.

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O líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), adiantou que a votação no plenário ocorrerá hoje ou amanhã. A diretoria-geral do Dnit está vaga desde o início de julho, quando o ex-diretor Luiz Antonio Pagot afastou-se em meio a denúncias de corrupção e superfaturamento de contratos no órgão. Pagot pediu demissão do cargo no começo deste mês.

A objetividade e a veemência do general impressionaram os senadores. Em sabatina que durou mais de três horas, Fraxe comprometeu-se a buscar “transparência e correção” para conduzir o Dnit. Pediu um prazo mínimo de seis meses para identificar os principais problemas e pendências e implantar as mudanças na engenharia administrativa do Dnit, que em 2011 tem orçamento previsto de R$ 14 bilhões.

De início, ele afirmou que os superintendentes regionais do órgão não são autoridades que devem ficar presas em seus escritórios. A maioria dos dirigentes dos 23 Dnits regionais são fruto de indicações políticas. Fraxe afirmou que fará mudanças, se necessário, e exigirá que eles atuem como verdadeiros fiscais e visitem os canteiros de obras pessoalmente. Segundo Fraxe, somente se controlam os projetos com as ferramentas gerenciais e a presença do gerente no canteiro da obra. “Vou buscar de forma obstinada e ideal o perfil dos superintendentes”, prometeu.

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Quanto ao uso abusivo de aditivos contratuais nos projetos conduzidos pelo Dnit, o general reconheceu o problema e comprometeu-se a solucioná-lo. “Não podemos banalizar, mas também não podemos demonizar os aditivos”, justificou. Ele lembrou que nem sempre os aditivos dizem respeito ao aumento do preço da obra, podem tratar de ampliação do prazo ou mudanças no projeto.

O senador Blairo Maggi (PR-MT), que havia indicado Pagot para o cargo, adotou um discurso conciliatório. Cumprimentou o general, desejou-lhe sucesso diante do novo desafio. Maggi fez um apelo para que não deixe em segundo plano o Mato Grosso e dê atenção especial às obras da BR 163, que ligará o Estado ao Pará, até o Porto de Santarém, cuidando do escoamento da produção de grãos.

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