O PSL está disposto a fiscalizar a criação do novo partido anunciado nesta terça-feira, 12, pelo presidente Jair Bolsonaro. Para a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), ex-líder do governo no Congresso, a criação de uma nova legenda não pode “ser feita no tapetão”.
“Na hipótese de criação de um novo partido, precisa primeiro ter 500 mil assinaturas registradas e conferidas e obviamente que não vamos deixar que nenhum tipo de fraude seja feita para que haja a criação de um partido laranja. Vamos pedir a checagem de cada assinatura”, disse Joice.
O pedido de criação de um partido precisa ser protocolado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com ao menos 419,9 mil assinaturas em nove Estados. Para que a nova sigla possa participar das disputas municipais do ano que vem, por exemplo, todos os trâmites devem estar cumpridos até março, seis meses antes das eleições.
Bolsonaro anunciou sua saída do PSL e disse que vai trabalhar para criar um novo partido, chamado Aliança pelo Brasil. Dos 53 deputados do PSL, ao menos 27 prometem acompanhar o presidente, mas a equipe jurídica estuda alternativas para que eles não percam o mandato.
“Eles podem ir para o partido que quiserem. Acontece que a lei eleitoral diz que o mandato é do partido. O PSL tem esses mandatos”, rebateu a deputada.
Ela afirmou ainda que nenhum pedido de desfiliação foi entregue ao partido nesta terça. “Até fizemos plantão hoje no PSL para ver se alguém aparecia pedindo desfiliação, ninguém apareceu. Mas estamos aguardando que os deputados que estão nessa guerra contra o PSL peçam desfiliação o mais rápido possível e que, depois, tentem brigar e se eleger de novo”, completou Joice.
Em meio à criação do novo partido de Bolsonaro, voltaram a se intensificar, nos bastidores, conversas sobre uma possível fusão do PSL com outras legendas, como DEM. Sobre isso, Joice disse apenas que “tem gente que quer e outros não”.