O ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal Nelson Jobim é a mais nova aposta de uma ala do PMDB para presidir o partido a partir do próximo ano. O nome de Jobim foi citado pelo senador José Sarney em conversa com o governador Roberto Requião (PMDB), ontem em Brasília.
Requião (PMDB) participou ontem de um almoço de confraternização em Brasília entre os peemedebistas, oferecido pelo ex-secretário geral do Ministério das Comunicações no governo Sarney, Fernando Mesquita, que convidou também o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Marco Aurélio Mello.
Estavam presentes o ministro das Minas e Energia, Silas Rondeau, e deputados peemedebistas. Mesquita teve participação na área de marketing da campanha de Requião ao governo no segundo turno. O procurador geral do estado, Sérgio Botto de Lacerda, e o deputado estadual Alexandre Curi acompanharam o governador no almoço.
Requião tem conversado com Sarney e Calheiros sobre a sucessão no PMDB. O governador do Paraná tem dito que a definição da próxima direção do partido é uma etapa prévia da discussão sobre a participação no governo Lula. O deputado federal Michel Temer, atual presidente do PMDB, encerra seu mandato e não vai concorrer à reeleição. Temer apoiou o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) na sucessão presidencial. Seu substituto será eleito na convenção nacional do partido marcada para março de 2007.
A ala governista que apoiou a reeleição do presidente Lula quer na Presidência um nome bem aceito no Palácio do Planalto. Uma corrente defende a eleição de um deputado para o comando do partido. Os nomes apontados são os de Jader Barbalho, que já foi recebido pelo presidente Lula, e dos deputados Eunício Oliveira (CE) e Geddel Vieira Lima (BA). Sarney e Calheiros não estão na disputa pela presidência do partido.
Pouco antes de sua aposentadoria no STF, Jobim foi um dos nomes apontados como um possível candidato a vice-presidente na chapa do presidente Lula à reeleição, se o PMDB tivesse decidido pela aliança pelo PT. Jobim também foi cotado para concorrer à Presidência da República no momento em que o PMDB discutia uma candidatura própria à sucessão deste ano.
Decisões
Os senadores Renan Calheiros e José Sarney não pretendem reivindicar a presidência da legenda. Sarney concorreria à presidência do Senado na metade do segundo mandato de Lula. Requião ainda não se posicionou sobre as possíveis candidaturas à Presidência da República.
Na próxima sexta-feira, dia 17, Requião e os demais governadores eleitos do PMDB se reúnem no resort Costão do Santinho, em Florianópolis, para conversar sobre os próximos passos do PMDB e sobretudo como ficará o partido para 2010, quando haverá eleição novamente para presidente da República. Quem convocou o encontro foi o governador reeleito de Santa Catarina, Luiz Henrique da Silveira.
Parte dos governadores acha que a decisão sobre a participação do partido no governo deve ser analisada pelo Conselho Nacional do PMDB, composto pelos presidentes dos diretórios estaduais, ex-presidentes do diretório nacional, governadores e integrantes da executiva nacional.