O ministro da Defesa, Nelson Jobim, afirmou na segunda-feira (22) que o reequipamento das Forças Armadas será submetido às diretrizes do Plano Estratégico de Defesa, cuja divulgação foi adiada no último dia 7. Em visita a um dos cenários da Operação Atlântico, exercício combinado que envolve Marinha, Exército e Aeronáutica no litoral do Sudeste, o ministro confirmou que a aquisição de quatro novos submarinos convencionais até atingir o nuclear é a prioridade para aperfeiçoar o controle da Marinha sobre as áreas de exploração de petróleo na costa, como as da camada pré-sal. Segundo ele, o governo já decidiu trocar a tecnologia alemã pela francesa.
Jobim também indicou entre as prioridades a compra de novas embarcações para a Marinha – a Força quer dobrar a frota de 27 navios-patrulha -, mas destacou que a decisão será tomada levando em conta as definições do governo. Ele disse que o plano estratégico indicará a destinação das Forças Armadas e, a partir daí, os comandantes estabelecerão os meios que precisam para cumprir o papel.
“Os militares determinam as probabilidades estratégicas das ações definidas pelo poder civil. O equipamento não é uma antecedência da questão. É uma conseqüência da decisão política do poder civil”, afirmou Jobim, depois de observar o exercício protagonizado por agentes especiais das três Forças e a manobra de navios de guerra na praia de Itaoca (ES).
O ministro informou que o Brasil já decidiu firmar acordo bilateral com a França para a transferência de tecnologia para construir no Brasil quatro submarinos com dimensões maiores do que os cinco convencionais da atual frota. A intenção é chegar a um casco compatível com o projeto do submarino nuclear.
Segundo Jobim, o acordo será assinado em dezembro pelos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Nicolas Sarkozy, durante visita do francês ao País. Isso pode ajudar o Brasil em sua campanha por uma vaga no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). A França, membro permanente do órgão, tem proposta para reformá-lo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.