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| Derosso conversa com Jorge |
Reeleito pela quinta vez ontem, com 32 votos, o presidente da Câmara de Curitiba, João Cláudio Derosso (PSDB), vai administrar o Poder Legislativo pelo biênio 2005/2006, com a Mesa Executiva formada pelos vereadores Jair Cézar (PTB) e Ney Leprevost (PP), na 1.ª e 2.ª vice-presidências; Fábio Camargo (PFL), Reinhold Stephanes Júnior (PMDB), Jairo Marcelino (PSB) e Julieta Reis (PFL), na primeira, segunda, terceira e quarta secretarias.
Com larga margem, a chapa José Richa, encabeçada por Derosso, venceu por mais de 30 votos (por cargo) a chapa Democracia Transparente, do vereador Jorge Bernardi (PDT), na sessão presidida pelo vereador mais votado, Ney Leprevost, e secretariada por Celso Torquato (PMDB).
Votação
Inicialmente estava inscrita apenas a chapa vencedora. Entretanto, a oposição se articulou e inscreveu candidatos individuais em todos os cargos. O que causou estranheza foi a vereadora Nely Almeida (PSDB) ao lado da oposição, candidatando-se ao posto de 2.ª secretária. Na tribuna, antes das votações, Nely justificou seu nome na chapa num desabafo, quando reclamou que em 16 anos de vereança nunca havia sido conduzida à mesa. Posteriormente, Bernardi defendeu a colega de Câmara e conclamou os demais parlamentares, independente de posição, a eleger Nely.
A votação, nominal e aberta transcorria de forma tranqüila, dando a vitória aos candidatos da chapa José Richa, sempre com mais de 30 votos entre os 38 vereadores. Até que chegou a votação de 2.º secretário, Stephanes Júnior estava disparado na frente, quando Nely foi convocada a votar. Então, ela surpreendeu a todos ao votar no candidato concorrente. A atitude gerou a ira de Roseli Isidoro (PT), que pediu para se abster e, conforme o regimento interno, se retirou até a conclusão da votação. O vereador Paulo Salamuni (PMDB), candidato à 1.ª vice-presidência e um dos líderes da oposição, se referiu à situação como "uma palhaçada" e votou em Stephanes Júnior e não em Nely, como era esperado. André Passo (PT) e Stephanes Júnior chegaram a discutir no plenário. Hoje os vereadores voltam se reunir para definir as comissões permanentes, que passam de seis para oito.
Os vereadores pastor Valdemir Soares (PL) e Rui Hara (PSDB), nomeados secretários municipais no sábado, participaram da votação, apesar de protestos da bancada de oposição.
Resultado agrada maioria
A reeleição de Derosso agrada a maioria dos vereadores. Os reeleitos e os novos analisam em consenso a capacidade democrática com que o parlamentar dirige a Casa de Leis, honrando a lisura política que aprendeu com seu pai, o ex-vereador João Derosso. Em seu agradecimento, o presidente reeleito ratificou a disposição de continuar "unindo forças e capacidades para fazer desta Casa o melhor na representatividade da cidade". Desde 97, Derosso tem correspondido à expectativa dos eleitores e vereadores ao revolucionar o Legislativo.
A chapa Democracia Transparente, que se candidatou com Jorge Bernardi (PDT) na presidência, foi composta também pelos vereadores Paulo Salamuni (PMDB) e Josete Dubiaski (PT), na 1ª e 2ª vice-presidências; André Passos (PT), Nely Almeida (PSDB), Roseli Isidoro (PT) e Luiz Felipe Braga Côrtes (PMDB), nas quatro secretarias. Roseli Isidoro foi a mais votada.
As propostas da chapa de Bernardi deverão ser analisadas pela nova Mesa Executiva, que já manifestou intenção semelhante de viabilizar a TV Câmara, através de canal a cabo da Assembléia Legislativa, entre outras inovações para ampliar o acesso da população às ações legislativas. Para Bernardi, "o principal, na disputa pela presidência foi apresentar novo programa e não contrapor à candidatura de Derosso, considerada competente e transparente".
Composição
Ney Leprevost, que havia se candidatado anteriormente, aceitou compor com a chapa de Derosso. Na 2ª vice-presidência, vai "ajudar a implantar, entre outras propostas, o fim da reeleição para cargos no Legislativo". Fábio Camargo, que vai ocupar a 1ª secretaria, disse que "o que é bom vai continuar", comprometendo-se a compor com Derosso, na "transparência e lisura das ações do Legislativo". (LM)
