A guerra entre o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Valdir Rossoni (PSDB), e a família Requião, já chegou à Câmara dos Deputados. Nesta quinta-feira, o deputado federal João Arruda (PMDB) fez um pronunciamento em tribuna dizendo que Rossoni “envergonha” o estado do Paraná ao criticar o Ministério Público Estadual (PME) por estar investigando a existência de mil funcionários fantasmas na Assembleia Legislativa.
“Valdir Rossoni afronta o Ministério Público ao dizer que há interesses obscuros nas investigações. Nós podemos contestar os processos e depois, numa possível condenação. Mas quero aqui enaltecer o trabalho sério dos promotores do MP de todo o país”, discursou o deputado, que é sobrinho do ex-secretário da Educação Maurício Requião, cujo processo de indicação para o Tribunal de Contas foi anulado por ato do presidente da Assembleia no final da semana passada, que apontou irregularidades no procedimento.
“O presidente da Assembleia, Rossoni, faz acusações contra o chefe do Ministério Público no estado porque está sendo investigado por abrigar funcionários fantasmas no gabinete dele”, atacou João Arruda. Ele defendeu a prerrogativa constitucional do Ministério Público Estadual de apurar denúncias contra qualquer cidadão. “O Ministério Público tem a obrigação constitucional de investigar a todos”, afirmou.
Durante esta semana, o presidente da AL acusou o procurador geral de Justiça, Olympio de Sá Sotto Maior Neto, pela demissão do irmão, o ex-diretor geral do Legislativo Severo Sotto Maior. Rossoni culpou o procurador geral pelo vazamento das informações sobre as investigações. Para o deputado, o procurador deveria preservar o sigilo das apurações. Em nota oficial, Sotto Maior respondeu que as denúncias foram feitas antes de Rossoni assumir a presidência da Casa, em fevereiro deste ano.