Sem citar diretamente as manifestações que pedem o impeachment da presidente Dilma Rousseff, o ministro da Defesa, Jaques Wagner, disse nesta quarta-feira, 11, em sua conta no Twitter, que “parte da elite brasileira sempre se escondeu atrás das justas reivindicações da população da classe média”. O ministro fez uma comparação com 1964, quando “muita gente de boa-fé” foi às ruas contra o comunismo.

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“O resultado disso foi um período de governos sem regra democrática, o que é sempre um prejuízo”, escreveu o ministro da Defesa, responsável por coordenar as Forças Armadas, que ficaram no poder durante 21 anos após o golpe de 1964.

Em seguida, Wagner fez uma defesa da democracia que, segundo ele, é a melhor forma de governo. “A democracia, com todos os seus defeitos, é a melhor forma que a gente tem para conviver”, escreveu.

As manifestações contra o governo Dilma Rousseff estão marcadas para o próximo domingo, 15 de março, em várias cidades do Brasil. Wagner não é o primeiro membro do governo a se posicionar. O ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência, Miguel Rossetto, disse nesta terça-feira, 11, que “não há nenhum sentido” no pedido de impeachment. A própria presidente comentou os protestos. “Eu acho que há de caracterizar razões para o impeachment, e não o terceiro turno das eleições. O que não é possível no Brasil é a gente também não aceitar a regra do jogo democrático. A eleição acabou, houve o primeiro e o segundo turno”, reclamou a presidente no início da semana.

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