O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, incluiu na denúncia contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), no Supremo Tribunal Federal (STF), trechos da delação premiada do doleiro Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano. Cunha foi citado pelo doleiro em depoimento à Polícia Federal nas investigações no âmbito da Operação Lava Jato.

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Os termos da delação de Baiano citando Cunha ainda são mantidos sob sigilo. Ele teria confirmado à Polícia Federal o pagamento de pelo menos US$ 5 milhões em propina ao peemedebista em contratos de aluguel de navios-sonda pela Petrobras. Na semana passada, a colaboração do doleiro foi homologada pelo ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no STF.

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Cunha é acusado de corrupção e lavagem de dinheiro. As primeiras denúncias surgiram no depoimento do empresário Júlio Camargo, que também fez acordo de delação premiada com a Polícia Federal. O presidente da Câmara vem negando sistematicamente todas as acusações e diz que é alvo de perseguição pessoal no inquérito aberto contra ele na PGR.

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Cunha disse ainda não ter sido notificado sobre a inclusão do depoimento, mas o jornal O Estado de S.Paulo apurou que ele já havia sido informado informalmente ainda pela manhã. Ao ser abordado pela reportagem para falar sobre o assunto, perguntou o que havia sido aditado. Quando informado de que era o depoimento de Fernando Baiano, disse que “isso mostra só que eles fizeram uma delação muito açodada antes”. Em seguida, encerrou o assunto.

Fernando Baiano é apontado como lobista do PMDB no esquema de desvios da Petrobras e alvo investigação da Polícia Federal no âmbito da Operação Lava Jato. Ele foi preso em novembro de 2014, na Operação Juízo Final, etapa da Lava Jato que alcançou o braço empresarial do esquema de corrupção na Petrobras. Em uma primeira ação, Fernando Soares foi condenado a uma pena de 16 anos e 1 mês de cadeia. Ele ainda responde a outros processos no âmbito da Lava Jato.