O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, aproveitou a abertura de sessão plenária do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), nesta terça-feira, 10, para responder os questionamentos que vêm sendo feitos sobre o trabalho do Ministério Público na condução das investigações da Operação Lava Jato. “Minhas decisões são tomadas com a responsabilidade que o meu cargo impõe”, declarou o procurador, diante de críticas de que ele tomou decisões parciais ao enviar ao Supremo Tribunal Federal (STF) os pedidos de investigação e arquivamento das autoridades citadas por delatores da Lava Jato.

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O procurador elogiou a decisão do ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no STF, que retirou o sigilo das investigações que apuram esquema de corrupção envolvendo a Petrobras, e disse acreditar “piamente” que com o diálogo se constrói. Essa foi a primeira declaração pública de Janot desde que ele enviou os pedidos de abertura de inquérito ao STF, há uma semana. A lista chegou ao STF no final da última terça-feira, 3.

Ao falar sobre diálogo, Janot afirmou que suas portas estão sempre abertas para receber “quem quer que seja” para tratar de assuntos institucionais. “Isso não quer dizer que o dialogo possa, de alguma forma, contaminar as minhas decisões”, declarou. “Se as portas estão abertas, ressalto que a porta da minha consciência se abre para a Constituição e para as leis.”

A fala de Janot foi em resposta a críticas sobre ter recebido em seu gabinete o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, no fim do mês passado, poucos dias antes de enviar ao STF a relação de nomes de autoridades investigadas na Lava Jato. O encontro foi alvo de críticas da oposição, que acusou o procurador de ter cedido a pressões do governo. O procurador tem sido criticado ainda pelo governo e por alguns parlamentares investigados, que o acusam de ter tomado decisões “parciais”, ao decidir sobre quais pessoas, entre os citados pelos delatores da Lava Jato, serão investigadas.

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Na última terça, Janot pediu que 49 pessoas sejam investigadas por crimes como lavagem de dinheiro, corrupção passiva e por organização de quadrilha. Os pedidos foram integralmente aceitos por Zavascki, em despacho realizado na última sexta-feira, 6, que também retirou o sigilo das investigações, tornando públicos os nomes dos investigados e citados pelos delatores da Operação. Além desses casos, o ministro aceitou o pedido de sete arquivamentos feitos pelo procurador.