O homem-bomba do Partido Progressista, o deputado José Janene (PR), 50 anos, apontado por Roberto Jefferson como operador do mensalão, será detonado por dentro. Um ex-sócio de sua estreita confiança, o advogado Eduardo Alonso de Oliveira, 45, indiciado, junto com Janene, no escândalo que levou à cassação do ex-prefeito de Londrina Antônio Belinatti, quer contar tudo o que sabe ao Ministério Público e ao Congresso. A entrevista está na revista IstoÉ que circula neste fim de semana.

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Coordenador das campanhas de Janene a deputado federal e diretor da empresa de ônibus que o líder do PP possui em Ji-Paraná (RO), Alonso deve destroçar o último pilar de segurança que sustenta o parlamentar. Embora Janene se considere imune às CPIs que proliferam em Brasília, as revelações que Alonso faz ajudam a explicar como o deputado saiu do limbo do PP malufista para a glória iluminada do PT lulista. Alonso conta que Janene montou a versão municipal do mensalão. E aguça a gula da CPI, ao relatar a incrível história de frustrada viagem de três dias a Miami, com um bebê de três meses, para sacar US$ 1 milhão da conta de Janene.

Controle

Alonso garante que, no PP, quem opera, libera, manda e quem vale ali dentro é o Janene. Sobre a denúncia de mensalão em Londrina, diz que ?havia uma conversa muito forte. Logo que o Antônio Belinatti assumiu a Prefeitura em 1997, fez acordo com os vereadores para ter o domínio da bancada. Ele teria número X de cargos para cada vereador. Como o Ministério Público foi para cima e exigiu demissão de todo mundo, o Janene assumiu o compromisso de controlar a bancada de vereadores. E Janene criou o mecanismo de compensação financeira.

Conta, ainda, que a mesada era o equivalente a mais um salário de vereador. Ganhavam R$ 5 mil de proventos e outros R$ 5 mil por fora. Janene era deputado federal e presidente do PP no Paraná. Alonso era presidente municipal. O dinheiro pago em envelopes da própria Câmara. Pelo que falavam, era grana viva.

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