Jaime Lerner busca abrigo no PSDB

O presidente estadual do PSDB, Beto Richa, confirmou ontem que, além do senador Álvaro Dias (PDT), emissários do ex-governador Jaime Lerner (PFL) também estão sondando o partido sobre uma futura filiação. O dirigente tucano e vice-prefeito de Curitiba disse que não vai manifestar sua posição, enquanto Álvaro e Lerner não formalizarem o pedido de filiação. Mas lideranças tucanas do interior já se mobilizam para impedir a entrada de Álvaro. O movimento, por enquanto, não se estende a Lerner.

O portador da informação sobre o interesse de Álvaro em regressar ao PSDB foi o deputado federal Affonso Camargo, que fez uma consulta informal à executiva estadual, na reunião do início da semana. Já o intermediário da filiação de Lerner é o ex-secretário geral da Presidência da República, Euclides Scalco, justamente um dos adversários de Álvaro e que deixou o partido quando o senador assumiu o comando do diretório estadual tucano em 96.

Esta é a segunda vez que Lerner tenta entrar no PSDB. Em 96, quando Álvaro era o presidente do partido no Paraná, o ex-governador foi vetado e acabou se filiando ao PFL, após deixar o PDT. Integrantes do grupo político de Lerner gostam de difundir a hipótese de que ele pode vir a disputar a prefeitura de Curitiba no próximo ano.

Já Álvaro não tem um projeto eleitoral imediato. Derrotado na eleição para o governo do Estado no ano passado, Álvaro tem mais quatro anos de mandato no Senado. O motivo de sua saída do PDT está na posição hostil do partido ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ao alinhamento ao governador Roberto Requião (PMDB) no Paraná e também à posse de seu irmão, o senador Osmar Dias, na presidência do diretório regional. Álvaro não teria gostado de ter que dividir espaço com o irmão.

Resistência

O presidente do PSDB de Foz do Iguaçu, Hamilton Serighelli, disse que já está encaminhando ao diretório nacional um dossiê sobre a atuação partidária de Álvaro e as críticas que fez ao partido, quando saiu, após ter se recusado a retirar seu apoio à criação de uma CPI para investigar o governo de Fernando Henrique Cardoso.

De acordo com Serighelli, sobre Lerner ainda não há posição, já que ele nunca esteve no partido. Mas quanto a Álvaro, é diferente, assinalou. “Nós já conhecemos a sua prática. Quando ele entrou, nós saímos. Mas não vamos sair novamente”, afirmou.

Alguns tucanos, entretanto, não aprovam o movimento. O presidente da Assembléia Legislativa, Hermas Brandão, disse que “partido se constrói puxando para dentro e não para fora”.

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