Foto: Agência Brasil
Dois ex-presidentes da República pelo PMDB: um pode sair candidato e outro quer apoiar Lula.

A articulação para lançar o ex-presidente Itamar Franco como pré-candidato do PMDB para tentar fulminar a pré-candidatura de Anthony Garotinho à sucessão presidencial não está encontrando eco no Paraná. Emissários do ex-governador Orestes Quércia, que está encabeçando a articulação para transformar Itamar em candidato, estão procurando peemedebistas paranaenses para ver se herdam os apoios dados ao governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto, no estado onde Garotinho perdeu a eleição.

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Rigotto fez 68% dos votos e poderia ajudar a construir a candidatura de Itamar, defendida por Quércia durante a reunião da executiva nacional, realizada anteontem, em Brasília, quando o presidente nacional do partido, deputado Michel Temer, decidiu que não haverá uma nova convenção, como propôs a ala governista. A intenção era realizar uma convenção extraordinária no dia 7 de maio para rever a necessidade de ter candidatura própria.

O presidente do diretório estadual do PMDB, deputado Dobrandino da Silva, disse que conversou com o governador Roberto Requião (PMDB) sobre a possível candidatura de Itamar. Mas o governador do Paraná não está apostando na evolução da candidatura. ?O governador acha que o Itamar não vai adiante. Não seria um mau candidato, mas nós não temos certeza que ele queira de fato?, afirmou o dirigente peemedebista.

Contra-ataque

O presidente estadual do PMDB afirmou que já foi procurado por Garotinho, tentando marcar um encontro com os peemedebistas do Paraná e, assim, resistir ao contra-ataque do grupo paulista. Garotinho está receoso que Itamar ocupe o lugar de Rigotto como o preferido dos peemedebistas paranaenses e pediu a Dobrandino para voltar ao Estado.

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Dobrandino vai participar no próximo dia 19 da reunião convocada pela executiva nacional entre os presidentes estaduais do partido, os pré-candidatos ao governo nos estados e o ex-governador fluminense Anthony Garotinho. Requião não deverá comparecer, acredita Dobrandino.

Alguns peemedebistas do Paraná começam a achar que Requião pode optar por uma posição de neutralidade na sucessão presidencial. Nas prévias do PMDB, realizadas em março, o governador do Paraná não fez campanha para nenhum dos candidatos e, embora tenha declarado apoio a Rigotto, ao votar, fez críticas aos dois pré-candidatos.

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Para Dobrandino, esta possibilidade não existe. ?O PMDB do Paraná nunca vai deixar de ter uma posição. Dificilmente, o partido irá ficar neutro. Nós defendemos a candidatura própria do PMDB à presidência e não mudamos?, afirmou. O encontro, convocado pela direção nacional com Garotinho, será para tratar do impacto da candidatura própria a presidente sobre as disputas estaduais e as coligações. Um dos argumentos da ala governista é que a regra da verticalização das coligações partidárias, que obriga os partidos a repetir a aliança nacional nos estados, faria muitas candidaturas ao governo no PMDB serem prejudicadas pela camisa-de-força da candidatura própria à sucessão presidencial.