O senador Osmar Dias (PDT) disse, ontem, que os responsáveis pelo fim da CPMF deveriam ter se perguntado se fizeram uma boa troca ao acabar com o imposto para pressionar pela reforma tributária. Osmar observou que a decisão retirou recursos da saúde e do programa Bolsa Família, mas não vai evitar que o governo compense com a elevação de impostos em outras áreas.
Dos três senadores do Paraná, Osmar e Flávio Arns (PT) votaram com o governo e o senador Álvaro Dias (PSDB), liderou a votação para impedir a prorrogação.
?Quem votou a favor deveria se perguntar se foi uma boa troca. Era uma receita democrática, que todos pagavam e que atendia, além da saúde, a aposentadoria rural e o Bolsa Família.
O governo já sinalizou que vai aumentar outros impostos e esses recursos não vão para a saúde?, disse Osmar.
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Alvaro: momento certo. |
O senador Flávio Arns disse que, apesar de ter se manifestado contra a cobrança da CPMF, votou a favor por considerar que a última versão da proposta enviada pelo governo ao Senado era ?irrecusável?.
Arns lembrou que a saúde iria receber R$ 20 bilhões a mais no próximo ano, com a destinação integral dos recursos à área. ?Era uma oportunidade histórica de dar um salto de qualidade na saúde?, afirmou.
Arns citou que a população do Paraná e de outros estados já terão o primeiro impacto direto da decisão. Com o fim da CPMF, dificilmente o governo vai conseguir honrar o compromisso assumido com o senador Osmar Dias de repassar R$ 35 milhões ao Hospital das Clínicas, em Curitiba.
Os recursos, segundo Arns e Osmar, seriam a solução definitiva para a crise financeira enfrentada há anos pelo hospital.
Momento certo
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Flávio: irrecusável. |
O senador Alvaro Dias disse que o fim da CPMF vai obrigar o governo a apresentar e discutir com a sociedade um novo modelo tributário para o País. ?Não há momento mais adequado que este para a extinção da CPMF: há equilíbrio fiscal, equilíbrio orçamentário, superávit comercial e excesso de arrecadação de R$ 60 bilhões?, afirmou o senador tucano.
Alvaro comentou ainda que a carta do presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT), enviada aos senadores, em que se compromete a repassar integralmente os recursos arrecadados com a CPMF para a saúde não era motivo suficiente para mudar de posição. ?Destinar os recursos para a saúde é uma obrigação constitucional. E este ou qualquer outro governo terá que repassar os recursos para a saúde independentemente desse ou daquele imposto. Portanto, esse argumento não pode nos convencer. E, além disso, não podemos confiar nas promessas do governo?, atacou.
