O tenente-coronel do Exército Rodrigo Bezerra de Azevedo teve as visitas suspensas depois que sua irmã, Dhebora Bezerra de Azevedo, tentou entregar a ele um fone de ouvido, um cabo USB e um cartão de memória para celular escondidos em um panetone por volta de 14h15 do último sábado (28).

continua após a publicidade

Os itens levados à prisão estavam escondidos em uma caixa de panetone lacrada. Os objetos foram descobertos quando a caixa foi submetida a um detector de metais. As peças foram apreendidas, e visitas de Dhebora a Azevedo foram suspensas pelo Comando Militar do Planalto.

Diante da situação, Alexandre de Moraes determinou nesta segunda (30) a suspensão das visitas a Azevedo. A decisão do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) foi comunicada ao Comando Militar do Planalto e à Polícia Federal.

Azevedo é suspeito de ter participado de plano para matar Lula (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e Moraes. Segundo a PF, o plano foi elaborado no fim do governo Jair Bolsonaro (PL), em 2022. Desde novembro, ele está preso no Comando Militar do Planalto, em Brasília.

continua após a publicidade

Azevedo faz parte dos “kids pretos”, os militares formados nos cursos das Forças Especiais, principal tropa de elite do Exército, com centro de formação em Goiás. O apelido do grupo vem do fato de usarem gorros pretos.

O plano para matar autoridades veio a público em 19 de novembro. Nesse dia, a Polícia Federal prendeu Azevedo e outros três integrantes das Forças Especiais por suspeita de envolvimento no caso. Além dos quatro “kids pretos”, o policial federal Wladimir Matos Soares também foi detido na ocasião.

continua após a publicidade

A ideia era matar Lula por envenenamento. A execução do atual presidente aconteceria em 15 de dezembro de 2022. Soares fez a segurança de Lula antes da posse e passava informações sobre o seu dia a dia a pessoas próximas a Bolsonaro, ex-presidente derrotado nas eleições daquele ano.

Militares chegaram a ir à casa de Moraes em Brasília. Porém, a investigação da PF sobre o caso revelou que mensagens e registros de antenas de celular e deslocamento de carros indicam que eles desmobilizaram a operação de última hora após a sessão do STF que estava ocorrendo no dia ser encerrada mais cedo.