O procurador-geral da Suíça, Michael Lauber, afirmou que as investigações sobre contas naquele país ligadas a Paulo Maluf (PP) estão em sua fase final. Segundo Lauber, uma ação contra o ex-prefeito de São Paulo e hoje deputado federal deverá ser apresenta em breve. A medida poderá resultar numa ordem de devolução do dinheiro aos cofres brasileiros, assim como ocorreu com o caso Jersey.

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“Entendo que já existem indícios suficientes”, disse o procurador ao Estado. Segundo Lauber, Maluf e seus familiares mantêm contas na Suíça há quase 30 anos – o político nega. Documentos em posse da Justiça suíça mostram que, seis meses depois de perder a eleição presidencial indireta para Tancredo Neves, em 1985, no início da redemocratização no Brasil, uma primeira conta foi aberta tendo Maluf como beneficiário. No total, doze contas envolvendo o político e dois dos seus quatro filhos foram identificadas.

Foram os suíços que, em 2000, alertaram a Justiça brasileira sobre movimentações financeiras envolvendo o nome de Maluf e o fato de o político ter transferido parte do dinheiro para as ilhas Jersey, um paraíso fiscal do no Canal da Mancha. As contas que permanecem abertas, segundo o procurador, estão congeladas – todas elas ligadas a Lígia Maluf, filha do ex-prefeito. Em uma delas, na cidade de Lausanne, o bloqueio chega a US$ 7 milhões. Ao todo, há US$ 13 milhões bloqueados.

A defesa de Paulo Maluf informou na quinta-feira que desconhece a existência de novo processo de investigação contra o ex-prefeito na Suíça. A defesa destacou que o empresário Maurílio Cury, marido de Lígia Maluf, filha do ex-prefeito, possui uma offshore que mantém conta em território suíço. As movimentações financeiras dessa conta estão comunicadas na declaração de Maurílio ao Fisco brasileiro.

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Defensores acreditam que a menção de Lígia se deve ao fato de seu marido manter ativos em instituições financeiras na Suíça. Eles anotam que Maurílio é “um empresário de sucesso há muitos anos, nunca ocupou cargo político e nunca participou de qualquer gestão de Paulo Maluf”. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.