O Procurador Geral do Estado de Mato Grosso do Sul, Paulo Roberto de Oliveira, aceitou o pedido do Ministério Público Estadual sobre a nomeação de um interventor na cidade de Dourados. Oliveira encaminhou a solicitação para o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJ-MS). Desembargadores do órgão suspenderam as férias do juiz Eduardo Machado Rocha, que deverá assumir o lugar do prefeito até a próxima quarta-feira, 8.

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Estão presos o vice-prefeito Carlinhos Cantor (PR), o presidente e o vice-presidente da Câmara Municipal, Sidlei Alves (DEM) e Zezinho da Farmácia (PSDB), respectivamente. “A medida requerida foi tomada tendo em vista que não há previsão na Lei Orgânica do município de substituto no cargo de prefeito, em casos de ausência do vice-prefeito, do presidente e vice-presidente da Câmara”, explica Oliveira.

Não há prazo para terminar a intervenção, segundo o procurador, baseado nas provas contra os 28 presos e mais 40 pessoas contidas na lista dos envolvidos no escândalo. A Polícia Federal (PF) analisa imagens de flagrantes de propinas, gravações telefônicas e cem páginas de denúncias.

Apenas um dos 12 vereadores que compõem o Poder Legislativo do município de Dourados não está envolvido no suposto esquema de corrupção chefiado pelo prefeito Ari Artuzi (PDT). Hoje, a Polícia Federal (PF) informou que, além de outros nove parlamentares presos na última quarta-feira, foram indiciados também Gino Ferreira (DEM) e Dirceu Longhi (PT). Sobre a vereadora Delia Raqzuk (PMDB), segundo a PF, “por enquanto” não aparece nas denúncias.

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Protestos

A cidade teve mais um dia de protestos da população nos pontos mais frequentados pelo público. As manifestações começaram pela manhã, logo após a decisão da juíza da 1ª Vara Criminal da Comarca, Dileta Terezinha de Souza Thomaz, libertando 14 acusados dos 28 que cumpriam prisão temporária.

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Entre os liberados estavam cinco vereadores. O fato acirrou os ânimos de vários grupos de populares que gritavam pela cidade “mais corruptos na cadeia”. Pelo menos 300 estudantes universitários se uniram aos manifestantes. Usando nariz de palhaço e caras pintadas, percorreram as ruas, pedindo o impeachment do prefeito Artuzi.

Além das fraudes em licitações públicas beneficiando construtoras, prestadoras de serviços e fornecedores, existem casos de anulação de dívidas de pessoas físicas e jurídicas junto à prefeitura.

Sobre cada contrato fechado com empresas nas fraudes, o grupo acusado recebia 10% do valor total. Ainda segundo a PF, produtos alimentícios destinados à merenda escolar eram transformados em “sacolões” e distribuídos para famílias de eleitores pobres, já prevendo a reeleição de Artuzi, em 2012.