Pré-candidato do PDT à Presidência da República, o ex-ministro Ciro Gomes criticou a intervenção federal decretada pelo governo na Segurança Pública do Rio de Janeiro. Ele chamou a medida do presidente Michel Temer de um “factoide” e disse que tem caráter “politiqueiro e mal intencionado”. O ex-ministro afirmou ainda não acreditar que a intervenção terá relevância nas eleições presidenciais.

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“Eu acho isso factoide, não acho que terá relevância no processo”, disse Ciro, após participar de um evento do jornal Folha de S.Paulo na capital paulista. “Hoje, evidentemente, o governo mostra que está esperneando, que trocou de agenda saindo da impopularíssima reforma da Previdência com um factoide de grande comoção no Rio de Janeiro”, disse.

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Ciro afirmou que, “superficialmente”, as pessoas vão se sentir seguras no Rio inicialmente e que isso será positivo para o governo, mas que o efeito é passageiro.

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Em sua fala no evento, o ex-ministro disse que não acredita que Michel Temer terá protagonismo eleitoral com a intervenção. Chamando o presidente de “figura enojante”, afirmou que, mesmo assim, o emedebista continua “lutando e esperneando” para se manter no poder. “Eu fico zangado porque o Temer continua lutando, e a Dilma deixou o País cair nas mãos dessa gente sem lutar.”

Para Ciro Gomes, colocar as Forças Armadas para enfrentar bandidos “é um equívoco grosseiro” porque “Exército é feito para matar o inimigo”. Ele declarou que, após passar a sensação de segurança momentânea, o crime pode se espalhar para outros Estados, frustrando a intenção do governo com a intervenção.

Ceará

O ex-ministro, que já governou o Ceará, rechaçou a ideia de promover uma intervenção federal no Estado, para onde o governo enviou uma força-tarefa policial de segurança no último domingo. “Não, porque lá tem governo. (Os índices de homicídio) aumentaram bastante, mas o governo vai tomar conta”, disse. O Estado é governado por Camilo Santana (PT), a quem Ciro apoia para reeleição neste ano.