Nesse aspecto, o fiel da balança para avaliar as opções para deputado estadual, federal, senador, governador e presidente da República é a coerência nas ações e propostas. O advogado e professor do curso de Direito da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), Crístian Rodrigues Tenório, explica que esse é o critério fundamental para quem deseja votar de forma consciente.
“Hoje em dia é muito fácil perceber a incoerência de alguns candidatos. A mesma pessoa que antes do período eleitoral tinha uma posição clara sobre algum tema controverso como aborto, por exemplo, na hora de disputar o voto se apresenta de forma mais branda para o eleitorado”, compara. Por isso, o professor recomenda aos eleitores buscarem postagens e informações anteriores e do momento atual para tirarem as próprias conclusões.
Outro indicador de coerência, são as trocas de partidos políticos e as coligações. “Não há problemas em trocar de partidos, mas o que ocorre no País é quase uma promiscuidade política, já que algumas coligações ou trocas são completamente antagônicas e visam apenas o projeto de poder, colocando em xeque qualquer ideologia partidária”, observa.
No caso de candidatos que já ocuparam cargos, Tenório destaca que além da infinidade de portais e páginas que combatem a corrupção e os problemas da política brasileira, as páginas institucionais de órgãos como Assembleias Legislativas, Câmara e Senador Federal e Tribunal de Contas são excelentes fontes de informações. “Eles prestam contas do trabalho de quem está lá dentro, sem qualquer conotação de denúncia. Levantando os projetos de determinado político ou se a prestação de contas foi aprovada sem ressalvas já dá para balizar melhor o voto, basta ter interesse em procurar saber quem é quem entre os candidatos”, orienta.
Acompanhando de perto
Dentre os sites que já acompanham a trajetória dos políticos a fim de que os eleitores possam saber como quem está no poder está se comportando, há o Transparência Brasil (www.transparencia.org.br) e o Ranking Políticos (www.politicos.org.br). No Ranking, cada político começa com 200 pontos e perde ou ganha conforme critérios como: presença nas sessões, mentiras, privilégios, processos judiciais, qualidade legislativa, formação, mudança de partido e filiações partidárias. Segundo os criadores do site, Alexandre Ostrowiecki e Renato Feder, os critérios mais relevantes para distinguir um político de outro são o processos judiciais e a qualidade Legislativa. Na visão dos organizadores “é essencial políticos honestos e que votem e façam leis que tragam melhorias para o País”.
Na visão de Tenório, outra forma de trazer alguma mudança para o quadro político a partir de 2015 é votar em quem nunca teve qualquer mandato eletivo e que não possui parentesco com políticos. “É uma maneira radical de escolher, porém, sabemos que boa parte de quem se elege tem uma larga vantagem por possuir a máquina pública a seu favor e uma série de amarras que compromete as tomadas de decisões”, aponta.