Integrantes da oposição na CPI do Cachoeira acusaram o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), de autorizar a quebra dos sigilos bancários, fiscal e telefônicos já quebrados por ordem do STJ (Superior Tribunal de Justiça).
Em decisão preferida pelo ministro do STJ Cesar Asfor Rocha, em novembro de 2011, ficou determinado que os sigilos de Agnelo seriam quebrados pelo período entre 2005 e 2010.
A medida foi tomada com base em um inquérito que trata do suposto desvio de recursos do Ministério dos Esportes quando o petista esteve a frente da pasta entre 2003 e 2006.
“Olha só a coincidência, o ministro Asfor Rocha quebrou por cinco anos. Ou seja, ele [Agnelo Queiroz] quebrou um sigilo já quebrado determinado por um ministro do STJ. Que fato novo ele apresentou aqui? Não se quebra sigilo de sigilo já quebrado”, afirmou o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), integrante da CPI.
“A quebra de sigilo dele começa agora em junho de 2012. O período retroativo de cinco anos dá em junho de 2007. A venda da casa foi março de 2007. A quebra de sigilo bancário e telefônico não mostra como o senhor comprou a casa. Quebre o sigilo por 10 anos”, acrescentou o tucano.
Agnelo não entrou em detalhes sobre as datas da quebra de sigilo e se defendeu afirmando que a iniciativa de pedir a quebra dos sigilos deixou alguns adversários constrangidos.
“Acho que o meu gesto aqui fez com que certos parlamentares ficassem bastante constrangidos justamente porque o gesto que fiz da minha vontade de quebrar o sigilo é uma vontade pessoal minha”, afirmou Agnelo.
Após o gesto do petista em pedir a devassa nas contas, o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), anunciou que também iria tomar a mesma medida. O anúncio ocorreu um dia após o tucano prestar depoimento na CPI e se negar a conceder os sigilos.