Os inquéritos para investigar políticos citados na Operação Lava Jato devem chegar ao Supremo Tribunal Federal (STF) nessa terça-feira, 3, e seguir diretamente para o gabinete do ministro Teori Zavascki, relator na Corte dos casos envolvendo o esquema de corrupção na Petrobras. Apesar da chegada das peças ao Supremo, os nomes dos investigados e os pedidos da procuradoria podem demorar alguns dias para se tornarem públicos.

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Isso porque Zavascki tem de decidir sobre a derrubada do sigilo em cada um dos casos. A inclinação do ministro é para acabar com o segredo, nos termos do que for solicitado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Só após analisar todos os pedidos de investigação e decidir sobre o sigilo em cada uma das petições, o ministro irá liberar as peças.

Desde a chegada das delações premiadas do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef na Corte, Zavascki tem mantido o caso “oculto” no STF – grau de sigilo superior ao segredo de justiça. O procurador-geral já informou que, quando encaminhar os pedidos de abertura de inquérito contra os parlamentares irá também pedir a retirada do sigilo.

A expectativa é que Zavascki atenda o pedido de Janot. Nos casos em que diligências de investigações – como quebra de sigilo bancário ou interceptação telefônica, por exemplo – exigirem segredo, o ministro pode deixar em segredo apenas as medidas que serão adotadas. Os inquéritos devem chegar ao STF no final da tarde de amanhã, segundo previsões feitas nos bastidores do Supremo.

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O STF tem 42 procedimentos equivalentes aos fatos apurados com base nas duas delações. O número não corresponde, necessariamente, ao total de políticos que serão investigados. O PGR poderá pedir abertura de inquérito, oferecer denúncias – quando entender que já há indício de provas suficientes – ou ainda solicitar o arquivamento dos trechos das delações que mencionam o envolvimento de parlamentares.