O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, voltou a criticar nesta segunda-feira, 12, setores do Judiciário e do Ministério Público, que, na sua avaliação, estariam perseguindo a classe política brasileira, em especial o presidente Michel Temer. Em seu discurso, o emedebista citou como exemplos a decisão de barrar a nomeação da deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ) para o Ministério do Trabalho, a de incluir o presidente em um inquérito que investiga fatos anteriores ao seu mandato e também a de pedirem a quebra de seu sigilo desde 2013.

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“Faço um alerta à guerra que esses setores levam (contra Temer)”, declarou Marun, que discursou na abertura do 1º Congresso Nacional de Municípios, que acontece na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). “Esse decreto dos Portos não beneficia a Rodrimar, esse inquérito é perda de dinheiro público, essa é a realidade”, criticou.

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Marun disse ainda que Temer não teme essa atitude e vai abrir seu sigilo à imprensa brasileira. “Será que os que batem bumbo por isso têm coragem de fazer o mesmo?”, questionou.

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A investigação apura se o presidente beneficiou a empresa Rodrimar, que atua no Porto de Santos (SP), na edição do decreto dos Portos, assinado em maio de 2017. A apuração mira em possíveis crimes de lavagem de dinheiro, corrupção ativa e corrupção passiva.

O ministro ainda declarou ter orgulho de ser político. “Não existe democracia sem que existam políticos. A base da democracia não são sentenças judiciais, não são concursos, é o voto, e quem pede e conquista o voto somos nós.”

STF

Mais tarde, quando questionado a quem se referia em seu discurso, Marun disse apenas que “para bom entendedor, meia palavra basta. “Foi você quem determinou o sigilo bancário do presidente em evidente vilipendio de seus direitos individuais desde 2013? Quem foi? Foi essa pessoa que ultrapassa seus deveres constitucionais de ser guardião da Constituição e passa a ser um inventor da Constituição.”

Sobre a ministra Cármen Lúcia, a responsável por suspender a posse da deputada fluminense no Ministério do Trabalho, Marun disse considerar que ela não faz parte desses setores que fazem guerra a Temer, mas que errou nesse caso. “Nesse aspecto ela errou. A partir do momento em que ela entendeu que o STJ não tinha a prerrogativa de julgar (o caso), deveria ter ao menos suspendido os efeitos da liminar daquele juiz de 1ª instância”, disse.

Marun disse ainda desconhecer o teor da conversa entre Cármen e Temer no final de semana e que o encontro foi normal. “Não vejo nada de excepcional que presidentes de Poderes dialoguem no âmbito do necessário respeito e harmonia que deve existir entre os poderes”, afirmou.