O governador Roberto Requião (PMDB) fez um pronunciamento de final de ano, veiculado ontem na agência de notícias e na Rádio e TV Paraná Educativa, em que apontou o investimento em obras de infra-estrutura como a saída do Paraná para enfrentar a crise econômica mundial, que está se instalando no País.
“Terminamos um ano e começamos outro sob o signo da crise. Uma crise anunciada, prevista. Provocada pelos especuladores, pela jogatina insana, desregrada das bolsas. Um dos bons remédios para enfrentar a crise é o investimento em infra-estrutura. Estradas, hidrelétricas, ferrovias, portos, saneamento. É o que estamos fazendo”, informou o governador.
Ele disse que, na medida do possível, o Paraná está fazendo a sua parte com a política de corte de impostos para pequenas e microempresas adotada desde 2003.
“O importante agora é impedir que a crise desabe sobre nós, sacrificando a nossa gente. O que interessa é defender os empregos e os salários”, afirmou Requião. Ele fez um balanço das medidas adotadas e citou a minirreforma tributária, em que elevou o ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) de cinco setores – gasolina, energia elétrica, cigarros, bebidas e telefone – e reduziu as alíquotas de 95 mil bens de consumo popular, como exemplo de política para combater os desdobramentos da crise.
“Tudo aquilo que compramos com o nosso salário. Mais consumo, mais produção. Mais produção, mais empregos e salários garantidos. É isso o que conta”, reforçou.
A construção de usinas e estradas, as obras de saneamento e a construção e reforma de hospitais e escolas são apontados pelo governador como os principais investimentos realizados este ano.
“Nunca se construiu tanto no Paraná. Casas populares, escolas, colégios agrícolas, hospitais, ginásios de esporte, bibliotecas, creches, estradas, estações de tratamento de água e esgoto, usinas hidrelétricas, aeroportos, portos.” Para o governador, as obras públicas asseguram a criação de empregos e movimentam a economia.
Em alerta
Os prognósticos positivos do governador não convencem a bancada de oposição ao governo. O líder do DEM na Assembléia Legislativa, deputado Plauto Miró Guimarães, disse que o bloco estará atento aos movimentos do governo para conter a crise.
“No próximo ano, com um eventual quadro de piora da crise internacional e de queda no consumo, qualquer erro ou falta de políticas de desenvolvimento será sentido em grande intensidade pela população.”
Para Plauto, a minirreforma não vai ajudar no processo de enfrentamento da crise. O deputado do DEM argumenta que o aumento do custo da energia, gasolina e telefones pode agravar a situação. “São cenários preocupantes”, diz Miró.
