O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, afirmou nesta quinta-feira (24), no Rio de Janeiro, que a inflação é o pior inimigo do governo. Para ele, a decisão de elevar a taxa básica de juros para 13% do Comitê de Política Monetária (Copom) é um sinal claro de que o governo e, principalmente o Banco Central (BC), “não estão para brincadeira com a inflação”. O Copom é um colegiado formado pelo presidente do BC, Henrique Meirelles, e pelos diretores de Política Monetária; Política Econômica; Estudos Especiais; Assuntos Internacionais; Normas e Organização do Sistema Financeiro; Fiscalização; Liquidações e Desestatização; e Administração.

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Paulo Bernardo destacou, no entanto, que “ninguém está alarmado, achando que nós vamos perder o controle. Mas (a inflação) nos preocupa”, admitiu.

Segundo o ministro, o Copom deve ter avaliado que “uma pancada mais forte, hoje, pode encurtar o tempo de luta contra a inflação”. Paulo Bernardo lembrou que a orientação do presidente Lula é de que “nós devemos bater duro na inflação” e que estão sendo feitos ajustes no orçamento. O centro da meta da inflação, disse ele, continua em 4,5% para o próximo ano.

Paulo Bernardo comparou o Banco Central a um zagueiro de futebol, que “sai da área para matar a jogada”. O ministro mostrou-se também preocupado com a possibilidade de perda do crescimento econômico.

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A luta contra a inflação, enfatizou o ministro, é “porque nós temos que preservar os instrumentos que ajudam a manter o investimento, a política industrial, a política agrícola e o financiamento para a produção de alimentos”. Segundo ele, o governo vai buscar dosar essas ações.

Indagado sobre o corte de gastos da União, Paulo Bernardo afirmou que o governo acabou de anunciar o aumento de 0,5 ponto percentual do superávit primário, o que significa R$ 14,2 bilhões a menos no orçamento. “E não pensem que é uma medida simples. Nós tivemos que enfrentar uma luta medonha dentro do governo para implantar os cortes”.

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Ele acrescentou que os ministros de outras áreas se ressentem do fato de que “estamos restringindo e apertando o orçamento deles. Mas, nós estamos fazendo”, disse. Paulo Bernardo participou do Encontro de Notáveis, promovido pela Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil (ADVB).