O líder do governo na Assembléia Legislativa, deputado Luiz Claudio Romanelli (PMDB) acha que, se forem pressionados a escolher, os quatro deputados tucanos vão preferir continuar alinhados ao Palácio Iguaçu. ?Eles são deputados municipalistas.?
O governo tem muitas ações e eles precisam atender suas bases?, falou o líder do governo, que disse não estar preocupado com a possibilidade de a bancada perder quatro votos de uma vez só a partir da próxima segunda-feira, dia 11, quando o deputado Luiz Nishimori será formalmente destituído da liderança da bancada do PSDB.
Com a anunciada saída de Nishimori da liderança, o presidente estadual do PSDB e líder da bancada de oposição, Valdir Rossoni, espera desencadear o processo de desmonte do grupo que é formado ainda por Luiz Accorsi, Francisco Buhrer e Luis Fernandes Litro. No mesmo dia, o conselho de ética do diretório regional tucano apresenta seu parecer ao pedido de expulsão de Nishimori, feito pelo filiado Paulo Rossi. O parecer, que deverá ser favorável à cassação, será votado no dia 18 pela executiva estadual.
A liderança do governo avalia que a expulsão de Nishimori ainda não é um fato consumado e que a pressão da direção estadual não deve ter os efeitos esperados sobre os demais. ?Expulsar um deputado de um partido não é uma coisa assim tão simples?, comentou Romanelli.
Nishimori está sendo acusado de desrespeitar a orientação partidária de fazer oposição ao governo. O deputado alega que a executiva estadual não tem poderes para decidir sobre sua desfiliação e que somente o diretório poderia votar o parecer do conselho de ética.
Sucessor
O deputado Ademar Traiano, presidente do conselho de ética, e que milita na oposição com Rossoni, deverá ser o próximo líder tucano na Assembléia Legislativa. Na semana passada, enquanto Nishimori viajava ao Japão – ele deve retornar nesta segunda-feira – os três deputados foram conversar com o prefeito de Curitiba, Beto Richa, que pediu a eles que buscassem uma forma de conviver pacificamente no partido. Rossoni e Traiano participaram da conversa.
Assim como Nishimori, os demais deputados já foram advertidos que podem sofrer processo de expulsão no partido se não mudarem o procedimento. Accorsi, Buhrer e Litro já deixaram de acompanhar o governo em algumas votações. Mas também não votam com o PSDB na oposição. Eles entram numa sala anexa ao plenário e se abstêm na votação. Quanto a Nishimori, Rossoni não admite mais meio termo. ?Quando ele voltar, vamos convidá-lo a sair espontaneamente do partido?, disse.