A defesa de Verônica Dantas, irmã do banqueiro Daniel Dantas, do Grupo Opportunity, classificou de “ilegal e injustificado” o indiciamento da empresária, pela Polícia Federal (PF), por corrupção ativa. “Nunca houve a prática de corrupção, muito menos qualquer participação de Verônica Dantas nos fatos apurados”, reagiu o advogado Juliano Breda. A PF atribui a Verônica envolvimento na tentativa de suborno do delegado Vitor Hugo Rodrigues Alves, a quem Dantas teria mandado oferecer US$ 1 milhão em troca do arquivamento da Operação Satiagraha – inquérito sobre evasão e lavagem de dinheiro.
O advogado afirma que Verônica “não conhece e jamais se encontrou ou conversou com o delegado da PF Vitor Hugo ou com qualquer outra autoridade envolvida na investigação”. Breda aponta “arbitrariedade” e violação ao Código de Processo Penal porque Verônica não foi ouvida. “A defesa tentou por várias vezes agendar sua oitiva e foi surpreendida com a conclusão precipitada do inquérito.”
Para Breda, “uma investigação imparcial demonstraria a inexistência do crime de corrupção e, consequentemente, de qualquer ligação de Verônica com esses fatos”. Segundo ele, houve “uma simulação de corrupção ativa através da edição ilegal de arquivos de vídeo e de áudio”. Breda diz que a conclusão do inquérito “desrespeitou a liminar do STJ (Superior Tribunal de Justiça)”, que suspendeu liminarmente a Satiagraha em 18 de dezembro. O advogado acusa a PF pelo “final açodado da investigação criminal, inclusive sem a realização de diligências imprescindíveis”.