O presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Rolf Hackbart, disse estar “indignado” com a destruição de laranjais da fazenda Santo Henrique, do grupo Cutrale, em Borebi, no interior de São Paulo. A área foi invadida no último dia 28 e os sem-terra usaram tratores da empresa para arrancar 7 mil pés de laranja.
“Condeno com veemência esse comportamento que não contribui para a reforma agrária e para o diálogo”, afirmou. Ele disse ter ficado chocado com as imagens da destruição que circularam pela internet.
De acordo com Hackbart, o Incra cumpriu seu papel ao questionar na Justiça Federal a titularidade das terras. “O polígono de Iaras tem 40 mil hectares e quem vai decidir é a Justiça.” Enquanto isso, segundo ele, deve haver respeito por quem está produzindo. “Há no mínimo uma presunção de boa fé por parte da empresa e atitude como aquela não contribui para o avanço da reforma agrária.”
Nota
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) divulgou nesta tarde uma nota sobre a ocupação da fazenda de produção de laranja na região central do Estado de São Paulo. O movimento acusa a Cutrale de utilizar terras griladas da União para a monocultura de laranja.
Segundo o MST, a ocupação visa denunciar que a empresa está sediada em terras da União utilizadas de forma irregular. Cerca de 250 famílias do movimento permanecem acampadas na área de cerca de 2,7 mil hectares.