Não foram só os pré-candidatos a deputado estadual do PT que chiaram com a imposição de um “chapão” com o PMDB para as eleições proporcionais. A coligação com o partido de maior bancada assustou partidos menores que veem poucas chances de eleger parlamentares nesta aliança.

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Enquanto, pelo projeto, alguns partidos dizem que aceitam o sacrifício, o PRB mudou drasticamente de lado e, após aprovar em convenção a coligação com o PT, coligou-se, ontem, com o PSDB.

“A permanência na coligação com PT e PMDB inviabilizaria o partido. Seria uma atitude suicida”, disse o deputado estadual Pastor Praczyk (PRB). “Tínhamos um acordo com o PT, mas o PMDB não estava nos planos. Como, por imposição da nacional do PT, eles não puderam cumprir o acordo, buscamos o PSDB, que nos ofereceu uma coligação bem mais justa”, disse o deputado, justificando que, enquanto teria o direito de indicar sete candidatos no chapão PT, PDT e PMDB, pôde inscrever 24 nomes numa coligação com PSDB, PP, DEM, PTB e PRB.

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Gleisi Hoffmann: vale o sacrifício.

A coligação na proporcional foi uma exigência do PMDB para aceitar abrir mão da candidatura do governador Orlando Pessuti para aderir à candidatura de Osmar Dias (PDT) ao governo.

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A coligação é a única forma vista pelos peemedebistas de manter o número de vagas do Legislativo sem uma candidatura própria ao governo. Hoje o partido tem 17 deputados estaduais.

Outro partido que se sentiu prejudicado com o chapão foi o PCdoB, que até tentou montar uma coligação paralela, com o PSC, que preferiu sair sozinho nas proporcionais.

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“Daí só nos restou essa alternativa. É um sacrifício que o PCdoB faz em nome da eleição da Dilma e do Osmar. Tivemos que cortar candidaturas, de companheiros que já estavam se preparando, é muito sofrido, mas estamos nesse barco e vamos até o fim, não vamos choramingar”, disse Ricardo Gomyde, pré-candidato a deputado federal pelo partido. O PCdoB lançará, apenas, dois candidatos a deputado federa e cinco a estadual.

Aliocha Maurício
Pastor Praczyk: atitude suicida.

A candidata do PT ao Senado, Gleisi Hoffmann, disse entender a preocupação dos candidatos do partido. “Sabemos do risco de perder deputados e sabemos da importância de termos boas bancadas. Mas a prioridade deste ano é fazer a Dilma nossa presidente e, no Paraná, tivemos que pagar esse preço”, afirmou.

Já o deputado Tadeu Veneri, disse que o chapão “desrespeitou o que foi deliberado no encontro estadual do partido”, quando os delegados votaram contra a coligação com o PMDB na proporcional. A coligação foi feita, no entanto, por imposição da direção nacional do partido.

Com a adesão do PRB à sua coligação, o candidato do PSDB ao governo, Beto Richa, conta, agora, com 14 partidos em sua aliança. Com menos exigências e sem imposições, o PSDB conseguiu seduzir partidos menores montando coligações mais enxutas e permitindo a divisão desse grupo de 14 legendas em coligações menores nas proporcionais. Para deputado federal, por exemplo, o PSDB só coligou com PP, DEM, PPS e PRB. Para estadual, a aliança é um pouco maior: PSDB, PP, DEM, PTB e PRB.

“Calculamos que com 40 mil votos um deputado estará eleito nesta chapa. Se continuássemos com PT e PMDB, esse número poderia chegar a 65 mil”, justificou-se Praczyk.