Impeachment tira foco de discussão sobre futuro de Delcídio em reunião do PT

Estão reunidos em São Paulo os integrantes da Executiva Nacional do PT, além de outras lideranças do partido, como presidentes de diretórios estaduais, deputados, representantes da Fundação Perseu Abramo, além de líderes de movimentos sociais. A reunião extraordinária havia sido convocada para decidir o destino do ex-líder do governo no Senado, Delcídio Amaral (PT-MS), mas o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff roubou o foco da reunião.

“Claro que não é mais o assunto principal”, afirmou o membro da Executiva, Carlos Árabe, integrante da corrente Mensagem ao Partido – segunda maior dentro do PT. Para Árabe, o PT vai tirar uma linha unificada de resposta ao pedido de impeachment que foi deferido pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). “Vamos para a luta contra o golpe que é esse impeachment, pois não tem base legal e no fundo tem projetos de Brasil diferentes. Vamos mostrar a ilegalidade do golpe, porque se ele continuar vamos considerar como golpe”, disse Árabe.

O dirigente disse ainda que vai defender que o partido intensifique a pressão pela saída de Cunha da presidência da Câmara. “Quem lidera esse golpe é um cara sobre o qual, hoje, não restam dúvidas de sua condição moral.”

Os três integrantes do PT no Conselho de Ética que avalia a representação contra Cunha, Zé Geraldo (PA), Valmir Prascidelli (SP) e Léo de Brito (AC), foram convidados para participar da reunião.

O deputado Paulo Teixeira (SP) – que chegou a protocolar com outros parlamentares um recurso no STF contra a aceitação do pedido de impeachment por Cunha – também reforçou o discurso do partido de que se trata de uma tentativa de golpe. “O presidente da Câmara, que não tem menor condição de presidir a Casa, quer julgar uma pessoa honesta (Dilma), sem elementos jurídicos pra fazê-lo.”

Suspensão

Com relação a Delcídio, houve declarações mais fortes de dirigentes partidários que pediam uma posição mais clara do partido pela expulsão. Parlamentares, notadamente senadores do partido que eram colegas de Delcídio, mas também com apoio de deputados, defendiam uma postura mais comedida.

De toda forma, a Executiva Nacional não tem poder para expulsar o senador sumariamente. A expectativa, portanto, é que ele seja suspenso e que seja aberto o processo interno no conselho de ética do partido. Por esse procedimento, Delcídio apresentaria sua defesa e poderia ser expulso da legenda após 60 dias.

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