Na noite desta segunda-feira, 03, Dilma se reuniu com o vice-presidente Michel Temer, no Palácio do Planalto, por quase seis horas, em mais uma tentativa de acertar a nova fatia do PMDB no primeiro escalão. Antes do encontro, Dilma disse a Temer que poderia ampliar o espaço do PMDB em mais uma vaga, desde que o partido não reivindicasse Integração Nacional – pasta reservada para o PROS , a nova legenda do governador do Ceará, Cid Gomes.
Indicados pela Câmara, dois dos cinco ministros do PMDB — Antônio Andrade, da Agricultura, e Gastão Vieira, do Turismo — anunciaram que deixarão os cargos até o carnaval para concorrer a mais um mandato parlamentar. A bancada do PMDB no Senado, por sua vez, insiste na nomeação de Vital do Rêgo (PB) para Integração, Portos ou Ciência e Tecnologia.
“Nós aprovamos a indicação do Vital, mas não aceitamos ficar sem dois ministros do PMDB da Câmara em troca de um do Senado”, afirmou o líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ). “Ou temos dois ministérios ou não temos nenhum. Se for para ficar com menos, nós entregamos os cargos e ficamos independentes”, emendou ele, escancarando a insatisfação.
Atualmente, o PMDB controla cinco pastas (Minas e Energia, Previdência, Aviação Civil, Turismo e Agricultura).
A reunião no Planalto foi dividida em duas partes: na primeira, Dilma e Temer também avaliaram os problemas entre o PT e o PMDB para a formação dos palanques nos Estados. Depois, a presidente chamou para o encontro o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, os presidentes do Senado, Renan Calheiros (AL), e da Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), além do líder do PMDB no Senado, Eduardo Braga (AM). Depois do encontro no Planalto, todos os peemedebistas seguiram para o Palácio do Jaburu, residência oficial de Temer, para nova reunião do partido.
Além da polêmica do PMDB, o xadrez da reforma inclui ainda o atendimento ao PTB, que já ofereceu apoio à reeleição de Dilma, quer um ministério para seu presidente em exercício, Benito Gama. Outro partido que também já anunciou apoio à reeleição de Dilma e que quer ampliar seu espaço na Esplanada, é o PSD do ex-prefeito Gilberto Kassab.