O líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM), reconheceu nesta segunda que a tarefa exercida pela ministra da Secretaria de Relações Instituições, Ideli Salvatti, de manter os partidos da base aliada pacificados, é “uma função espinhosa”. Ele considerou improvável a ideia de que a presidente Dilma Rousseff tire Ideli do cargo para atender pedidos de líderes do bloco de apoio ao Planalto que estão insatisfeitos com o trabalho da ministra no Congresso.
A “fritura” de Ideli, na opinião de Eduardo Braga, está descartada. Ele diz acreditar que a presidente Dilma Rousseff não se deixará influenciar pela opinião de terceiros. “O ambiente político depende de quem está à frente do processo político”, alegou. “Eu conheço a presidente Dilma há muitos anos, sei que é uma pessoa de convicções, de formar opiniões próprias. A partir de suas opiniões e das suas convicções ela toma as decisões”, declarou. Braga disse, ainda, tampouco acreditar no processo de fritura da ministra. “Não creio que esse processo, que não é verdadeiro, possa influenciar a presidente”, afirmou.
Eduardo Braga se manifestou dias depois de ele próprio ter demonstrado descontentamento com a articulação da ministra Ideli com o PR. O partido reagiu à decisão de que não vai recuperar o Ministério dos Transportes deixando o bloco de apoio ao governo no Senado. Nesta segunda-feira, após ter com conversado pela manhã com a presidente Dilma Rousseff, Braga mudou de tom, passando a elogiar a ministra de Relações Institucionais.
O senador avaliou que Ideli Salvatti, além de ter sido senadora, é “muito esforçada, conhece a Casa (Congresso), sabe como funciona o Senado, tem uma boa interlocução com seus pares”. Lembrou ainda das “grandes vitórias” de Ideli, como a aprovação da regulamentação da emenda 20 e a prorrogação de Receitas da União (DRU). “Portanto, convenhamos que a ministra Ideli tem se empenhado, se dedicado muito para fazer o trabalho bem feito, o trabalho que foi encarregado a ela”, argumentou.
Sobre a conversa com a presidente Dilma, na reunião de coordenação política, o líder negou que tenham tratado da situação do PR. “Trabalho, muito trabalho, foi do que falamos”, disse. “Não conversamos sobre o PR, cuja (situação) não depende de nós, depende do PR. O PR é que precisa avaliar sua decisão”, concluiu.