A ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, criticou o texto apresentado pelo relator do Marco Regulatório da Mineração, Leonardo Quintão (PMDB-MG), e afirmou que devido às divergências entre o defendido pelo governo e a proposta do deputado o projeto pode não ser votado pela Câmara no primeiro semestre deste ano.

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“Tenho dúvidas (sobre a votação no primeiro semestre) porque o texto do relator está bem distante do projeto original e das preocupações do governo. Então, só votará se tiver ajustes possíveis. Apesar de ser um tema importantíssimo, a presidente, quando retirou a urgência, o fez por entender que este é um tema de debate e espinhoso”, disse a ministra após participar no Congresso Nacional da cerimônia de abertura do ano legislativo.

Mais Médicos

Ideli pediu ao presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), que coloque em votação ainda nesta semana a Proposta de Emenda à Constituição que autoriza médicos militares a atuar no Sistema Único de Saúde (SUS). A medida é defendida pelo governo como uma complementação do programa Mais Médicos devido à presença das Forças Armadas na Amazônia e em outras regiões de fronteira nas quais há escassez de profissionais da área de saúde. As Forças Armadas possuem em seus quadros aproximadamente 3,8 mil médicos.

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“Eu sugeri ao presidente Henrique que verificasse a possibilidade de colocar na pauta essa semana para votar, nem que seja só o primeiro turno, uma PEC que, de alguma forma, ajuda, contribui com o programa Mais Médicos, que é a autorização dos médicos militares poderem atuar no SUS”, afirmou a ministra.

Segundo ela, Alves manifestou simpatia com a ideia porque a PEC pode ser votada mesmo com a pauta da Câmara estando trancada por outras propostas. A Casa começa o ano com cinco projetos com urgência constitucionais impedindo algumas votações.

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Marco Civil

A ministra afirmou que o governo federal trabalha para construir um acordo na Câmara para votar na próxima semana o projeto do Marco Civil da Internet. Principal crítico de trechos da proposta, o líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), reuniu-se nesta segunda com Ideli e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, para debater o tema. A ministra acredita ser possível conciliar as posições.

“Nós fizemos uma conversa hoje com o ministro Cardozo e o líder Eduardo Cunha e ficamos mais ou menos de encaminhar outras conversas ao longo da semana com a perspectiva de poder votar a semana que vem”, disse Ideli. “Nós queremos trabalhar pela perspectiva do acordo. É melhor para não começar o ano com embate, repetir madrugadas adentro ninguém quer”, complementou.

Cunha entende que o texto do relator Alessandro Molon (PT-RJ) pode criar problemas a modelos de negócios existentes na internet, como a venda por franquia de dados ou por diferentes velocidades. Molon colocou no texto que os modelos de negócio são permitidos desde que respeitem o conceito de neutralidade da rede, que proíbe os provedores de discriminar a velocidade de acesso de acordo com o conteúdo que o internauta deseja acessar.