A ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, divulgou nesta segunda-feira nota com uma espécie de “nada consta” em sua defesa, dada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) sobre as denúncias envolvendo a compra de 28 lanchas patrulha quando ela comandava o ministério da Pesca. “Certidão do Tribunal de Contas da União (TCU) divulgada hoje atesta que a ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, não consta como responsável em nenhum processo de fiscalização”, informa a nota da assessoria contratada pela ministra.
O texto acrescenta ainda que foram exatamente as investigações promovidas pelo TCU que basearam a representação do PSDB à Comissão de Ética da Presidência e que o próprio TCU atesta que não há investigações contra ela. “São as investigações do TCU que baseiam a representação do PSDB à Comissão de Ética Pública da Presidência da República, à qual a ministra já entregou sua defesa prévia”, prossegue a nota, acrescentando que “o presidente da Comissão de Ética, Sepúlveda Pertence, esclareceu no fim da tarde de hoje que a ministra não é investigada, e que a análise sobre o acolhimento da representação só ocorrerá na próxima reunião, em 14 de maio”.
A forma aguerrida como a ministra Ideli está fazendo sua defesa causou estranheza entre assessores do Planalto. “Há um excesso de zelo”, comentou um desses assessores, ressaltando a precaução dela em contratar uma empresa para defendê-la, com recursos próprios, e chamar advogado para procurar integrantes do Conselho de Ética, no momento em que eles estão reunidos, atitude que não foi tomada por nenhuma outra autoridade que estava tendo denunciada na comissão.
Ideli tem insistido que não há nada contra ela e que não teme investigações. Há uma preocupação, no entanto, com uma dedicação excessiva à sua defesa, esquecendo os problemas do Congresso, que não são poucos, com a possibilidade de instalação desta CPI do Cachoeira. O governo trabalha para que seus titulares sejam de extrema confiança do Planalto e com comprometimento com o governo.
Além da nota, a assessoria da Ideli distribuiu uma cópia da certidão assinada pelo presidente do TCU, Benjamin Zymler, que “certifica que, a pedido da interessada, de acordo com a pesquisa realizada na base de dados deste tribunal, nada consta até a presente data processo no qual figure como responsável a senhora Ideli Salvatti”.
O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, por sua vez, também distribui nota oficial, depois de a Comissão de Ética da Presidência ter decidido cobrar mais explicações sobre os negócios de consultoria dele. Na nota, Pimentel esclarece que “enviou dentro do prazo previsto pela Comissão de Ética Pública da Presidência da República os esclarecimentos relativos aos serviços prestados como economista entre 2009 e 2010 – período em que não exercia qualquer função pública”. Ressalta ainda que “irá responder” à solicitação de novos esclarecimentos enviada nesta segunda-feira.