A primeira pesquisa Ibope/Estado/TV Globo após o fim da Copa do Mundo mostra um quadro de estabilidade em relação ao levantamento anterior, divulgado em 15 de junho. Com 38% das intenções de voto, Dilma Rousseff apenas oscilou um ponto porcentual para baixo, dentro da margem de erro. Em um eventual 2.º turno, a petista venceria Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) por 8 e 12 pontos, respectivamente, se a eleição fosse hoje.
No 1.º turno, Aécio aparece com 22%, um ponto a mais que na metade de junho. Já Campos tem 8%, ante 10% na pesquisa anterior. Pastor Everaldo, do PSC, se manteve com 3%.
As taxas de Dilma e Aécio são idênticas às do início de junho, na pesquisa Ibope feita antes da Copa. Já o candidato do PSB perdeu cinco pontos desde então.
Mudança
Uma alteração significativa no cenário é o aumento no número de eleitores que querem mudanças no governo, de 65% para 70%. A taxa representa a soma dos que esperam que o próximo presidente mude “totalmente” a administração do País (29%) ou que promova alterações em “muitas coisas” (41%).
Outro alento para a oposição é o fato de 53% dos entrevistados opinarem que o Brasil está no “rumo errado”. Para 42%, o País está no rumo correto.
Há mais otimistas que pessimistas – mais da metade dos brasileiros (52%) acha que sua situação econômica estará melhor em 2015. Só 6% consideram que estarão em situação pior, e 37% dizem que nada vai mudar.
Pela primeira vez neste ano, o Ibope perguntou aos eleitores quem eles acham que vencerá a eleição, independentemente da intenção de voto. Nada menos que 54% dos eleitores preveem que Dilma conquistará novo mandato em outubro. Outros 16% afirmam que o vencedor será Aécio. Campos é visto como favorito por apenas 5%.
Apesar de favorita, Dilma continua com a maior taxa de rejeição: 36% afirmam que não votariam nela de jeito nenhum. Aécio é rejeitado por 16% e Campos, por 8%. Todos os índices variaram para baixo em relação à pesquisa anterior. No Sudeste, que concentra 44% do eleitorado, quatro em cada dez eleitores descartam a possibilidade de reeleger a presidente.
A soma das intenções de voto nos dez adversários de Dilma chega a 37%, um ponto a menos que a taxa da petista. Com isso, fica incerto um 2.º turno. Para vencer já na primeira rodada da eleição, a presidente precisará de maioria absoluta dos votos válidos (50% mais um).
Embates diretos
Em eventual 2.º turno contra Aécio, Dilma venceria hoje por 41% a 33%. Na pesquisa anterior, o placar era de 43% a 30%. Contra Campos, a petista ganharia por 41% a 29%. Em junho, a vantagem da petista era de 16 pontos porcentuais.
Pesquisa Datafolha divulgada semana passada mostrou Dilma com quatro pontos a mais que Aécio (44% a 40%) na simulação de 2.º turno. Como a margem de erro era de dois pontos porcentuais para mais ou para menos, havia situação de empate técnico, ainda que no limite da margem – na prática, as probabilidades de eles estarem de fato empatados eram muito baixas.
Segmentos
No 1.º turno, a presidente lidera em quase todos os segmentos do eleitorado. Perde para Aécio, porém, entre os eleitores com ensino superior (27% a 33%) e com renda superior a cinco salários mínimos (29% a 37%). A petista colhe seus melhores resultados no Nordeste, onde tem 55% das preferências, nos municípios com até 50 mil eleitores (46%) e entre brasileiros com renda familiar de até um salário mínimo (56%).
Em 2010, quando disputava a Presidência pela primeira vez, Dilma tinha 39% das intenções de voto nesta mesma época – fim de julho. É praticamente a mesma taxa que ela tem hoje – a diferença é que representava um governo com alta aprovação. O candidato do PSDB de então, José Serra, tinha 34%, 12 pontos a mais que Aécio Neves atualmente.
Um em cada cinco brasileiros (20%) tem o PT como partido de preferência. Num distante segundo lugar aparecem, empatados, PSDB (6%) e PMDB (5%). Em 2010, no início de junho, o PT era o preferido de 29%, segundo pesquisa Ibope realizada na época.
Metodologia
A pesquisa Ibope foi realizada entre 18 e 21 de julho, por encomenda da Rede Globo e do jornal O Estado de S. Paulo. Foram feitas 2.002 entrevistas em todo o País. A margem de erro máxima é de dois pontos porcentuais para mais ou para menos, em um nível de confiança estimado de 95%. Ou seja, se fossem feitas 100 pesquisas idênticas a esta, 95 deveriam apresentar resultados dentro da margem de erro. A pesquisa foi registrada na Justiça eleitoral com o número BR-00235/2014.