Iatauro aceita convite para Casa Civil

A aprovação pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado de Proposta de Emenda Constitucional PEC – elevando de 70 para 75 anos a idade para aposentadoria compulsória no serviço público, em nada altera a decisão do conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Rafael Iatauro, em relação ao convite do governador Roberto Requião (PMDB) para que venha a ocupar a chefia da Casa Civil de seu governo.

Iatauro anunciou ontem que aceitou o convite, reforçado na última terça-feira, quando almoçou com Requião no Palácio Iguaçu. Apesar da ansiedade dos deputados estaduais em reforçar a articulação política do governo, função primordial da Casa Civil, o atual ocupante do posto, deputado Caíto Quintana (PMDB), não definiu se aceita ou não a indicação para a vaga de conselheiro do Tribunal de Contas que se abre com a aposentadoria de Iatauro. Desta forma, não há data para a posse do conselheiro na equipe de Requião: "Quem vai decidir isso é o governador", explica ele. "Eu aceitei o convite, estou pronto para o desafio e apresentarei o pedido de aposentadoria assim que o governador me chamar."

Desafio

Antes de se posicionar, Iatauro conversou bastante com parlamentares da base de apoio: "Para ajudar o governador é fundamental que a Casa Civil mantenha um bom relacionamento com a Assembléia Legislativa. Sou da escola de Aníbal Curi, sei que preciso desse apoio para desempenhar minha função". Lembrando que tem 39 anos só de atuação no Tribunal de Contas, Iatauro observa que "está na hora de uma missão diferente. Acho que acumulei uma boa experiência em administração pública e quero colocá-la à disposição do Estado e da administração Requião".

A ida para a Casa Civil pode representar um obstáculo ao projeto de encerrar a carreira pública disputando um mandato de deputado. Permanecendo no TC, Iatauro só precisa se desincompatibilizar em 30 de junho de 2006 para concorrer. Numa secretaria de Estado, a lei exige que se afaste até o dia 3 de abril de 2006: "Mentiria se dissesse que não sonho com a hipótese de terminar minha carreira pleiteando um mandato parlamentar. Mas no momento em que for para a Casa Civil o problema não é mais meu. Não posso ir condicionado a me desincompatibilizar no início de abril. O objetivo é ajudar o governador Roberto Requião a vencer as eleições no Estado", acrescentou.

O desafio de administrar as divergências entre as bancadas do PMDB e do PT, as principais aliadas do governo no Legislativo, não assusta o conselheiro: "Tenho boa relação de amizade com a ala de Londrina – que inclui o presidente do PT André Vargas – com os deputados Angelo Vanhoni e Natálio Stica. Isso ajuda. Os que não conheço, vou procurar conquistar. É uma questão de diálogo. Gosto disso e não tenho medo da tarefa que me aguarda", arrematou.

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