O funcionário de carreira Tarcisio Mossato Pinto assume a presidência do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) para tentar resolver o problema dos inúmeros processos paralisados aguardando uma resposta sobre licenças ambientais dentro do órgão.
Em entrevista a O Estado, o novo presidente da instituição afirmou que quer dar um novo visual ao IAP e focar nos grandes pedidos de licenciamento para não frear o desenvolvimento do Estado.
O Estado – Podemos esperar mudanças significativas na condução das ações do IAP na sua gestão?
Tarcisio Mossato Pinto – A instituição tem que passar por um choque de gestão. Hoje existem inúmeros processos paralisados e a comunidade tem que ter resposta do órgão ambiental.
A demanda de processos surge das próprias dificuldades do órgão e deficiências físicas que hoje enfrenta. Vou fazer um trabalho voltado para uma gestão ambiental, dar um novo visual ao IAP.
A instituição tem que buscar a descentralização principalmente de pequenos licenciamentos ambientais, porque a demanda está muito grande, aí começa a analisar pequenos licenciamentos e atrasa os grandes. Vou sentar com a direção e o governador para ver de que forma pode ser feito isso.
OE – Nos últimos anos o Paraná enfrentou – e continua enfrentando – um impasse em relação às licenças ambientais e o destino do lixo, tendo em vista o término da vida útil do aterro da Caximba e a dificuldade em se obter novas áreas. Muito se especulou sobre a condução política do assunto. Como deve ser o seu posicionamento sobre a questão?
TMP – Não gosto de trabalhar dessa forma, se existe um problema temos que resolvê-lo. Minha forma de trabalho vai ser buscar consenso entre as partes, ser firme naquilo que tem que ser firme.
Com quem não quer recuperar ou cuidar do meio ambiente, seremos firmes. Vamos juntos estudar a melhor proposta que tiver. Preciso me inteirar da questão para poder te concretizar isso.
Mas o lixo é um problema que não vejo com uma dificuldade grande de resolver. Nos pequenos municípios é mais uma falta de recurso, de orientação maior aos prefeitos. Não é simplesmente fazer a coleta e jogar em algum lugar, porque vai simplesmente transferir o problema.
OE – Como liberar as licenças para não frear o desenvolvimento do Estado e ao mesmo tempo ter consciência ambiental?
TMP – Não vou prometer que tudo o que for pedido vai ser liberado, mas é possível que as duas questões caminhem junto.
OE – Como melhorar a estrutura dos escritórios regionais do IAP?
TMP – A dificuldade que eu sinto é que, na sede em Curitiba, um departamento cuida da parte industrial, outro da parte de mineração, um terceiro de aterros controlados e assim por diante.
E no interior, tudo é feito ao mesmo tempo e isso passa a ser um complicador. Até pela experiência de já ter passado por um escritório regional (a frente do escritório do IAP em Jacarezinho por dez anos), vamos pensar em uma solução para isso.