O vereador Flávio Hornung Neto (PMDB) reassumiu nesta semana a presidência da Câmara Municipal de Reserva, passados quase seis meses do assassinato do presidente do PCdoB local, Nelson Vosniak. Hornung confessou ter matado Vosniak na noite de 15 de janeiro deste ano. Ele compareceu à delegacia de Reserva no dia seguinte ao crime, alegando que vinha sendo ofendido por Vosniak.
O vereador estava participando das sessões plenárias normalmente, uma vez que responde processo criminal em liberdade e não há impedimento legal para que seja proíbido de desempenhar suas funções. "A própria Câmara poderia ter acolhido um pedido de cassação, mas isso não ocorreu", afirmou o irmão do presidente do PCdoB, Luiz Vosniak, que já foi candidato a prefeito pelo PT.
Ao confessar o crime no início do ano, Hornung alegou que teria sido seguido de carro pelo presidente do PcdoB de Reserva, que vinha acompanhado de uma pessoa que portava uma arma. A polícia disse, na época, que o autor do crime não ficou preso porque, além de não ser procurado pela polícia, se apresentou espontaneamente, alegando legítima defesa.
Em fins de fevereiro, Hornung Neto escapou de ter um processo de cassação aberto na Câmara contra si, por apenas um voto de vantagem. Na época, do lado de fora do Legislativo Municipal, cerca de 500 pessoas aguardavam o final da votação. Ao saber que o processo não seria aberto fizeram uma manifestação pacífica.
Indignação
Luiz Vosniak disse que está indignado com a situação. "É uma vergonha para Reserva e não é possível que a cidade tolere uma situação dessas. Um assassino confesso solto, exercendo um mandato parlamentar e ainda presidindo uma casa de leis. Isto é uma afronta à justiça. Dificilmente outra cidade conviveria com uma situação dessa", afirmou.
Já o deputado estadual André Vargas (PT) se diz indignado com a morosidade da justiça em relação ao crime ocorrido no dia 15 de janeiro no município de Reserva. "Já se passaram quase seis meses e, até hoje, o assassino confesso está solto, exerce suas funções e ainda preside a Câmara. A população está indignada com essa situação. Até quando os crimes políticos ficarão acobertados?", perguntou o parlamentar.
A Reportagem de O Estado ligou para o vereador a fim de que ele comentasse o seu retorno à presidência da Câmara. Hornung, porém, preferiu não dar declarações sobre o assunto.