Perde a função

Hinça é afastado por Ducci da liderança do governo na Câmara

O prefeito Luciano Ducci (PSB), afastou ontem o vereador Roberto Hinça (PSD) da liderança do governo na Câmara de Curitiba. Segundo reportagem da RPC TV e do jornal Gazeta do Povo, o parlamentar contratou como funcionário comissionado o dono da gráfica Men & Cia, que prestou serviços de publicidade para o Legislativo municipal. Hinça, que ficou apenas 25 dias na função, disse estar tranquilo com a decisão do prefeito, que prometeu anunciar o nome do novo líder após o feriado do Dia do Trabalho (1´).

O dono da empresa, Laércio Men, trabalhou no gabinete de Hinça entre 2006 e 2010. A Men & Cia ganhou dinheiro para fazer propaganda da Câmara em programas de rádio e televisão. A legislação sobre licitações no País proíbe servidor público de prestar serviços extras ao poder público, mesmo que indiretamente. Hinça alegou que confiava em Men e ele é profissional de alta capacidade.

Mais sujeira

Braço direito do ex-presidente da Câmara, João Cláudio Derosso (PSDB), o ex-diretor-geral da Casa por nove anos, radialista José Domingos Borges Teixeira, admitiu ter recebido verbas de publicidade do Legislativo municipal para seu programa de rádio, a exemplo de outros vereadores ligados a veículos de comunicação. Para isso, Teixeira usou nomes de parentes e pessoas de confiança na empresa Marmace Publicidade, que prestava serviços para a Câmara.

Segundo notas fiscais obtidas com exclusividade pela reportagem da Gazeta do Povo e RPC TV, entre 2006 e 2011, a Marmace, que tinha inicialmente a esposa e um filho de Teixeira como sócios, recebeu R$ 261 mil da Câmara.

Ex-diretor-geral está enrolado

Arquivo
Domingos: prática viciada.

Em 2008, o nome da mulher de José Domingos foi substituído na sociedade pelo da cunhada. O endereço indicado nas notas da empresa é um conjunto comercial desocupado há bom tempo. Também está vazio o local apontado nos documentos como sede da DL Publicidade, que tem como sócios filhos do motorista da Câmara, José Alvari Thimotheo, um dos homens de confiança de Domingos e assinava alguns recibos de pagamentos da Casa à DL Publicidade e à Marmace. “O dono não podia ir e eu era autorizado a receber. Não vejo nada demais aí”, justifica.

O ex-diretor-geral, que deixou o cargo no início deste mês, admite ter conhecimento que não poderia aparecer como beneficiário de recursos públicos por ser servidor da Casa e, por isso, colocou familiares como sócios da empresa que recebia as verbas. Assim, burlava a lei de licitações, que proíbe a participação de funcionários públicos em contratos com os governos.

Responsável por autorizar os pagamentos na Câmara, Domingos alega que a empresa prestou serviços à Casa: “Nós tivemos contratos. Pode ser questão ética, mas eu prestava o meu serviço”, afirma. Ele reconhece que a prática não é correta, “mas existe há muitos anos e se tornou viciosa”.

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