A Operação Hidra de Lerna, que tem como alvo maior o governador da Bahia Rui Costa (PT), além do próprio partido e dois ex-ministros petistas, nasceu das revelações de três delatores da Operação Acrônimo – outra investigação que aponta para corrupção envolvendo o governador de Minas, Fernando Pimentel, também petista.

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Em uma das delações, a dona da agência de propaganda Pepper, Daniele Fonteles, contou ter recebido da empreiteira OAS, via caixa 2, por serviços prestados à campanha de Rui Costa em 2014. Nesta terça-feira, 4, a PF fez buscas na sede do PT baiano e em endereços da empreiteira.

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A PF pediu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) autorização para realizar buscas no gabinete do governador Rui Costa, mas o Ministério Público Federal se manifestou contra essa investida.

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Em outra frente, a operação mira suposto esquema do PP no Ministério das Cidades. Em sua colaboração, o empresário Benedito Rodrigues de Oliveira, o Bené, afirmou ter recebido R$ 1 milhão da agência Propeg em 2010. O dinheiro teria sido repassado para o PP dos ex-ministros Mário Negromonte e Márcio Fortes, como “compensação por contrato de publicidade obtido pela agência”.

Em outra colaboração, uma funcionária de Bené, no entanto, disse que o valor pago pela Propeg foi ainda maior. A operação busca provas sobre o real montante transferido ao empresário.

Também apontado como operador do governador de Minas, Fernando Pimentel (PT), em esquemas de corrupção, Bené atuaria como um “captador” de negócios para a agência Propeg.

Defesas

O governador Rui Costa declarou, por meio de nota, que não tinha, até o final da manhã desta terça-feira, 4, informações sobre a Operação Hidra de Lerna. O Ministério das Cidades informou que não havia recebido nenhuma notificação sobre operação.

Em poder das informações, a pasta afirma que “terá condições de avaliar do que se trata e capacidade de instaurar, imediatamente, Processos Administrativos Disciplinares para investigar a denúncia. O ministério “ressalta a disponibilidade em colaborar com todas as informações necessárias para garantir eficiência e transparência na aplicação dos recursos citados”.

A Propeg também divulgou nota, dizendo que a PF “realizou nesta terça-feira buscas nos escritórios em Salvador e Brasília e nas residências de executivos da empresa. Na ocasião, prestou-se todo o apoio à ação”. “A Propeg tem auxiliado, por iniciativa própria, desde junho deste ano, as autoridades judiciais para esclarecer e apurar os fatos investigados. A agência antecipou-se e forneceu diversas informações, bem como prestou depoimentos espontâneos”, dia a nota.

“No que tange à agência, os fatos em apuração não possuem qualquer conexão com o Partido dos Trabalhadores, o Governador do Estado da Bahia e com a empresa OAS. Com 50 anos de atuação, a Propeg age com correção, respeito às leis e seguindo as normas do mercado publicitário”, finaliza a empresa.