Hermas volta, mas diz que não interfere na sucessão

O deputado estadual Hermas Brandão (PSDB) reassumiu ontem a presidência da Assembléia Legislativa no final da tarde. Brandão esperou o fim da sessão em que o 1.º vice-presidente da Casa, Pedro Ivo Ilkiv (PT) promulgou a emenda constitucional que institui o voto aberto nas votações legislativas, para depois tomar posse no cargo. A emenda recebeu o n.º 17 e entra em vigor assim que for publicada. Será aplicada com certeza na eleição da próxima Mesa Executiva, em 2 de fevereiro.

A eleição monopoliza as discussões paralelas ao plenário. Em meio ao clima de disputa, Brandão declarou que não pretende se envolver no processo. Ele não concorreu a um novo mandato de deputado estadual. ?Não serei mais deputado. Não tem por que interferir?, disse.

No PMDB, a concorrência cresce. O presidente estadual do PMDB e líder do governo na Assembléia Legislativa, Dobrandino da Silva, é o mais novo pré-candidato do partido à presidência da Casa. Dobrandino disse que está apresentando seu nome para provocar o debate sobre a atuação da próxima direção da Mesa Executiva. ?Tem tanta gente que quer ser, por que não eu? Querer todo mundo pode. Se vai ser ou não, é outra história?, comentou o deputado peemedebista, o sexto integrante da bancada de dezessete deputados eleitos a postular o cargo mais importante da Mesa Executiva.

Dobrandino, que deixa a presidência do PMDB em dezembro, quando o partido elege um novo diretório estadual, afirmou que o PMDB deve entrar num acordo sobre o nome que irá indicar para a presidência da Mesa Executiva. Na próxima terça-feira, dia 14, os deputados eleitos do partido vão se reunir com a direção estadual para começar a definir os critérios da escolha.

O atual presidente do partido considera que, quem quer que seja, o candidato do PMDB tem que assumir o compromisso de mudar algumas práticas na Assembléia Legislativa. Entre elas, passar a fazer o controle da presença dos deputados em plenário e punir os faltosos com o desconto do dia no salário. ?Tem que acabar com essa história de deputado que vem quando quer receber igual aos demais. Não vem para a sessão, então, tem que ser descontado?, afirmou o peemedebista.

À vontade

O governador Roberto Requião disse que não pretende interferir na decisão do PMDB sobre a mesa. Se Brandão mantiver a promessa de não participar do processo de negociação, perde força a pré-candidatura do deputado Nelson Justus (PFL), que se propunha a ser uma ponte de ligação entre a oposição e a situação. O PFL é oposição ao governo e Justus é dissidente. Nos bastidores, a informação é que há um acordo entre Brandão e Justus para que o pefelista fosse indicado ao cargo. O deputado tucano faria a costura junto ao PMDB para apoiar o nome de Justus.

Mas o presidente estadual do PMDB disse que não tem acordo. ?O Nelson tem todo o direito de concorrer. Mas eu não vejo possibilidade de o PMDB abrir mão de disputar a presidência em benefício dele. Ele é um deputado respeitado, já foi presidente, mas há um consenso no partido de que a presidência deve ser nossa, que temos a maior bancada?, comentou Dobrandino.

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