Antes de encerrar seu mandato de deputado no início do próximo ano, o presidente da Assembléia Legislativa, Hermas Brandão (PSDB), ainda tem uma tarefa a cumprir. Ele disse ontem que está disposto a mediar uma reaproximação entre o prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), e o Palácio Iguaçu. Brandão acredita que pode ajudar na reconciliação entre o tucano e o governador Roberto Requião (PMDB), mas está esperando que as mágoas da campanha eleitoral sejam amenizadas pelo tempo.
Brandão já foi sondado por emissários do prefeito para fazer a ponte. Depois do apoio de Beto ao senador Osmar Dias (PDT) no segundo turno da campanha eleitoral deste ano, as relações amistosas entre o prefeito e Requião se transformaram. A discussão sobre os investimentos do governo em Curitiba opuseram o prefeito e o governador, que se tornaram adversários, levando o peemedebista até mesmo a indicar o presidente do PMDB de Curitiba, Doático Santos, como seu interlocutor junto à Prefeitura, o que foi entendido como uma provocação por Beto.
?Isso é como briga de marido e mulher. Vamos deixar esfriar um pouco. Eu posso ser um pombo- correio, mas ainda é muito cedo?, comentou ontem o presidente da Assembléia Legislativa, que comandou a ala tucana que apoiou Requião.
Eleições
Brandão afirmou que a população é que acaba perdendo se persistirem as desavenças entre o governador e o prefeito. Isto porque Requião, logo depois da eleição, ao anunciar a liberação de recursos para a construção de unidades de saúde na cidade, afirmou que não irá repassar as verbas que foram renegadas por Beto durante a campanha.
Além disso, em ano pré-eleitoral, a reconciliação com Requião interessa a Beto, disse Brandão. ?Quem perde é o povo. Mas o prefeito também, já que ele é candidato à reeleição. O governador foi reeleito por mais quatro anos?, comparou o deputado.