O primeiro-secretário do Senado, senador Heráclito Fortes (DEM-PI), admitiu hoje que o pagamento de hora extra para funcionários da Casa é “uma bagunça”. Em audiência pública na Comissão de Fiscalização e Controle do Senado, o senador relatou ainda que “seis e meia da noite começa a chegar todo mundo, com cabelo molhado, ajeitado, e quando dá oito e meia, nove horas, vai todo mundo embora e ganha o salário do dia e a hora extra”.
“Essa questão de pagamento de hora extra é uma bagunça que vem ao longo do tempo e que precisa ser corrigida. Mas não se corrige da noite para o dia. Estamos atrás do ponto eletrônico e temos que procurar tecnologia que não nos dê trabalho no dia seguinte”, disse o senador.
O Senado gasta cerca de R$ 10 milhões mensais com pagamento de hora extra e gratificações de servidores. De acordo com Heráclito, no entanto, a administração da Casa instalará um sistema de ponto eletrônico para controlar a frequência dos servidores e pretende conseguir, com isto, uma economia de R$ 3,4 milhões mensais.
Durante a audiência, o diretor-geral do Senado, Haroldo Tajra, afirmou que medidas adotadas ao longo do ano como corte de gastos com telefone, impressões na gráfica e devolução de veículos alugados devem proporcionar uma economia de R$ 110 milhões no Orçamento do Senado este ano.
“A tradição da Casa é pedir uma suplementação orçamentária. Em 2008, foi de R$ 117 milhões. Em 2007, foram R$ 233 milhões. Neste ano, não foi feito pedido. Vai haver superávit orçamentário de R$ 110 milhões”, disse o diretor. O Orçamento do Senado para 2009 é de R$ 2,7 bilhões.
Recadastramento
Heráclito anunciou hoje que vai suspender os salários de 88 funcionários que não participaram do recente recadastramento realizado pela Secretaria de Recursos Humanos. Desses, 65 são de confiança e 23 de carreira. O Senado deve definir até o fim da semana a iniciativa que será tomada em relação a esses servidores.
No total, o Senado abriga 10 mil funcionários – 3,5 mil efetivos, 3 mil comissionados e 3,5 terceirizados.