Com o esvaziamento das funções da Autoridade Pública Olímpica (APO), o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles poderá desistir de comandar a autarquia.
Criada por Medida Provisória aprovada na Câmara, a APO perdeu em tamanho e não será mais a responsável pelas obras dos jogos olímpicos de 2016. As obras serão agora tocadas pela União e pelo Estado e pelo Município do Rio de Janeiro. A MP ainda precisa ser votada pelo Senado.
No texto inicial enviado pelo governo ao Congresso em setembro do ano passado, a autarquia contaria com 484 cargos, com salários variando de R$ 22,1 mil a R$ 1 mil. Pelo texto aprovado ontem serão 181 cargos.
Na versão anterior, a Autoridade tinha mais poderes, ficando encarregada por todas as obras para as olimpíadas de 2016. Meirelles foi convidado pela presidente Dilma Rousseff para assumir a chefia da APO.
A amigos, ele externou seu descontentamento com a perda de espaço da Autoridade para o governo estadual e municipal do Rio.A medida provisória que cria a APO só foi aprovada ontem depois de acordo entre governo e oposição, que ameaçou obstruir a sessão até a madrugada.
O Palácio do Planalto concordou em retirar da proposta os artigos que estabeleciam um regime diferenciado de licitação para os jogos olímpicos, para obras em aeroportos para Copa do Mundo (em 2014) e para os jogos militares, que acontecem este ano. “Esse regime especial é um absurdo”, reclamou o deputado Pauderney Avelino (DEM-AM), um dos encarregados em negociar com o governo.