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Foto: Agência Brasil

Heloísa minimiza resultado da pesquisa do Datafolha: ?Meu eleitor é apaixonado?.

A candidata a presidente Heloísa Helena (PSOL), da coligação Frente de Esquerda (PSOL-PSTU-PCB), minimizou ontem o resultado da pesquisa do Instituto Datafolha divulgada anteontem, na qual aparece com os mesmos 9% de intenções de voto do levantamento realizado na semana anterior.

?Ou as pesquisas estão mentindo muito, ou meu eleitorado é muito apaixonado e aparenta que vou para o segundo turno?, disse, durante um ciclo de encontros com presidenciáveis, realizado ontem pelo Instituto Ethos, em São Paulo. Heloísa reafirmou estar muito feliz com a ?generosidade do povo brasileiro?, disse ter sido muito bem recebida em todos os estados que visitou e voltou a pedir que cada eleitor dela consiga mais dois votos para que possa ir ao segundo turno das eleições.

?Aí, eu encosto na majestade barbuda (o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato da coligação A Força do Povo à reeleição) e vou para o segundo turno. A única capaz de derrotá-lo sou eu.? Durante o evento, ela responsabilizou o governo pela crise de ética vivida no Congresso.

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?O estado de delinqüência do Congresso é diretamente proporcional ao estado de delinqüência do Executivo?, afirmou. ?O Vedoin (empresário Luiz Antônio Trevisan Vedoin, dono da Planam) procurava os parlamentares indicados por uma lista da Casa Civil. Não fui eu quem disse isso, foi o Vedoin. Não é geração espontânea. Só aconteceu de um lado porque o outro lado permitiu. Isso só aconteceu porque houve promiscuidade do Executivo?, completou.

Heloísa voltou a defender um novo modelo de execução orçamentária para diminuir os riscos de crimes contra a administração pública. ?Isso é fundamental para impedir a continuidade do balcão de negócios sujos?, afirmou. ?O que existe hoje é seletividade do Executivo e sua base de bajuladores?, considerou. A candidata da coligação Frente de Esquerda afirmou não se preocupar em ter maioria no Legislativo.

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?Quero um Congresso independente, como manda a Constituição. De preferência, numa oposição fiscalizadora. Não é preciso maioria para aprovar nada além da execução orçamentária.? Heloísa negou que divergências entre o PSOL e o PSTU tenham adiado o lançamento do programa de governo, anteriormente previsto para quinta-feira, feriado do Dia da Independência. ?Já lancei meu programa de governo. Todos os dias, estou lançando plano de governo. Não há divergência. O problema é que se plantou nos jornais que havia uma divergência e agora fica todo mundo querendo trabalhar essa divergência. Eu, sinceramente: tô nem aí, tô nem aí?, cantou.

A candidata da coligação Frente de Esquerda assegurou que nenhum outro candidato falou mais sobre proposta de governo que ela. ?Nenhuma candidatura fala de política econômica, meta de crescimento, superávit, Desvinculação das Receitas da União (DRU), elaboração do Orçamento, montante de recursos e de onde esses recursos sairão?, declarou.

Heloísa garantiu que, se eleita, corrigirá a tabela do Imposto de Renda (IR) e manterá a Contribuição Provisória sobre Contribuição Financeira (CPMF), mas que reduzirá o percentual cobrado. Na avaliação da candidata da coligação socialista, a CPMF foi pensada como um mecanismo para monitorar a lavagem de dinheiro, não como um tributo.