O candidato à vice-presidente na chapa do PT, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira, 20, que os adversários do partido estão nervosos com os rumos da corrida eleitoral e que isso explica o tom mais agressivo nos últimos dias. Segundo ele, as pesquisas contribuem para essa mudança de comportamento. “Estão nervosos e começando a ofender, aumentar o tom. Porque hoje saiu uma pesquisa e o Lula cresceu cinco pontos. Na cadeia. Se comunicando através de cartas”, disse o vice e provável substituto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Vestindo o jaleco laranja que é símbolo da Federação Única dos Petroleiros (FUP) e um boné do Movimento dos Atingidos por Barragens, o petista disse ainda que é esse mesmo medo que o tem impedido de participar dos debates na TV como representante da coligação. “Até de mim estão com medo. Nem o vice deixam debater.”
Sem citar o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que em entrevista ao jornal O Globo disse que o ex-prefeito é visto como uma “marionete” de Lula, Haddad notou que a mudança no tom da discussão “não vai contribuir para uma eleição tranquila”. “Nunca digo nomes, mas penso que está havendo uma elevação de tom, e que isso é em função da vantagem que o Lula tem nas pesquisas.”
Segundo a pesquisa Ibope/Estadão/TV Globo, Bolsonaro lidera no cenário sem o ex-presidente com 20% das intenções de voto. Marina tem 12%, Ciro tem 9% e Alckmin, 7%. Haddad aparece em seguida, com 4% das preferências. Com Lula, o líder petista tem 37% contra 18% de Bolsonaro, 6% de Marina e 5% de Ciro e Alckmin. Em maio, o ex-presidente tinha 32% das intenções de voto. O levantamento está registrado no TSE sob o número BR-01665/2018.
Questionado sobre o resultado na pesquisa, que mostrou seu nome com 4% das preferências, o petista manteve o discurso de que o candidato é Lula. “Não sei porque incluíram meu nome”, se limitou a dizer. Por outro lado, ele comemorou o avanço do ex-presidente nos levantamentos. “Mostra que as notícias do exterior estão chegando aos brasileiros. As redes sociais estão muito ativas em relação à decisão da ONU de exigir a participação de Lula nas eleições”, disse, acrescentando ainda que a tendência hoje seria vitória de Lula no primeiro turno.