“Habemus candidato”, disse nesta terça-feira, 6, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, ao falar sobre sua vitória por WO na disputa pela indicação do nome do PSDB à eleição presidencial. O ocupante do Palácio dos Bandeirantes disse que seu ex-rival Arthur Virgílio foi “injusto” nas críticas que dirigiu a ele e ao partido quando anunciou que não disputaria as prévias da legenda, na semana passada. “A única coisa com que concordo é que sou meio jeca.”

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Alckmin se recusou a responder se gostará de ver no seu palanque o senador Aécio Neves, investigado sob a acusação de corrupção no caso JBS. O governador ignorou a primeira pergunta sobre o assunto. Quando jornalistas insistiram, ele se levantou e disse “vamos tomar um cafezinho”.

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O tucano afirmou que não comentaria a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) de negar o pedido de habeas corpus com o qual o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tentava impedir sua prisão depois do julgamento dos recursos contra a decisão que o condenou à pena de 12 anos e 1 mês.

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“A Justiça é para todos. Ninguém está acima da lei”, disse em entrevista em Washington, onde fechou contrato de financiamento de US$ 70 milhões para o Rodoanel com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Em sua avaliação, o PT terá um candidato de qualquer maneira. “O adversário não se escolhe. Nós sempre estivemos preparados para enfrentar o Lula. Se não for o Lula, vai ser outro”, ressaltou.

O quadro na eleição será extremamente fragmentado em razão do “absurdo do multipartidarismo brasileiro”, afirmou o governador. Segundo ele, o PSDB não está em negociação com o PMDB nem com o DEM para realizar coligações, já que ambos os partidos anunciaram a intenção de lançar candidatos próprios.

Mas o cenário pode mudar, ponderou. “Acho que com o tempo vai afunilando. Ninguém vai dizer no mês de marco que não tem candidato.” O governador declarou que “nunca” conversou com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, sobre a possibilidade de ele vir a ser candidato a vice-presidente na chapa tucana.

Falando como se sua eleição estivesse garantida, Alckmin disse que sua primeira iniciativa na presidência seria promover a reforma política, com cláusula de barreira, fim de coligações para eleições proporcionais e voto distrital puro ou misto. Sem Lula na disputa, o governador aparece em terceiro lugar em pesquisa CNT/MDA divulgada ontem, com 8,7% das intenções de voto. No cenário com o ex-presidente, ele obtém 6,4% e cai para quarto lugar.

“Ninguém sabe nem que eu sou candidato”, afirmou Alckmin, que também minimizou os elevados índices de rejeição que registra nas pesquisas de opinião. “O eleitor define o voto lá na frente.” Em uma campanha marcada pela rejeição à classe política, Alckmin ressaltou a experiência de ter sido três vezes governador do Estado de São Paulo.

“Se você está doente, você prefere ser operado por um cirurgião recém-formado ou por um experiente?”, perguntou, ao mesmo tempo em que admitiu o “esgotamento” da política tradicional. “O que é o novo? É ter 30 anos de idade? É não ter experiência nenhuma? Novo é ter coragem de enfrentar as corporações. O país foi dominado pelo corporativismo, estatal e privado.

Alckmin disse que gostou “muito” de ter sido comparado à candidata democrata Hillary Clinton em análise divulgada no ano passado pela Eurasia, a maior consultoria de risco político do mundo. “Eu gostei porque a Hillary foi a mais votada. Se fosse no Brasil, eu teria sido eleito”, observou, lembrando que candidata perdeu a disputa para Donald Trump no Colégio Eleitoral, mas ganhou no voto popular por quase 3 milhões de votos. Depois de se deixar o cargo, no dia 7 de abril, o governador disse que pretende viajar o Brasil de Norte a Sul e de Leste a Oeste para ouvir a população.