Alheio às versões de que PT e PMDB já teriam costurado um acordo para a disputa da Prefeitura de Curitiba em 2004, o deputado federal reeleito Gustavo Fruet, o mais votado do PMDB na capital, já tem pronto um projeto para angariar o apoio do partido a sua indicação para concorrer à sucessão do prefeito Cássio Taniguchi (PFL).

Gustavo está buscando uma maior inserção nas decisões nacionais do partido e pretende começar um trabalho de estruturação do PMDB em Curitiba. “Estou determinado, mas não obcecado, em disputar a prefeitura”, disse.

O embate que teve em 2000 com o grupo do senador e agora governador eleito Roberto Requião na convenção para a disputa da prefeitura, não desencorajou o deputado peemedebista. Ele acredita que as divergências com Requião, que garantiu a vitória do irmão Maurício na convenção, foram superadas e que o partido está vivendo uma nova fase: “Considero inevitável que haja uma mudança em Curitiba em 2004. Diante disso, acho muito natural que o PMDB tenha um candidato próprio à prefeitura e também natural que eu apresente minha candidatura”.

Frentes

Gustavo acha que deve atuar em duas frentes para fortalecer seu nome dentro do partido. Pretende trabalhar na organização do partido nos municípios da região metropolitana e se empenhar no que chama de oxigenação do PMDB em Curitiba: “A região metropolitana é fundamental para um projeto futuro do PMDB e o partido em Curitiba precisa renovar sua ação, buscando um diálogo externo com a sociedade”, afirmou o deputado.

O peemedebista disse que não está levando em consideração as especulações sobre uma suposta aliança entre o seu partido e o PT, que poderia reduzir suas possibilidades de candidatura, porque acha que com um ano de antecedência não são fechados acordos definitivos: “Não se existe ou não esse tipo de conversa; só acho que não teria sentido o PMDB não ter um candidato na capital, ao mesmo tempo em que o PT deve ter o seu”, afirmou.

Projeto passa por diálogo com Requião

Sandra Cantarin Pacheco e Elizabete Castro

Gustavo Fruet reconhece que o sucesso de sua empreitada depende de um diálogo franco e aberto com o governador eleito: ” Tenho consciência de que a consolidação do meu espaço no PMDB passa por uma boa relação com o governador. Hoje ela é boa”, comentou o peemedebista, que já foi citado como um dos quadros a integrar o primeiro escalão do futuro governo. Gustavo disse que não foi procurado e jamais conversou sobre isso com Requião: “Não estou trabalhando para isso e fico impressionado com as pressões e especulações que estão envolvendo a composição da equipe”.

Cenário nacional

Sobre o governo petista de Luiz Inácio Lula da Silva, o deputado peemedebista já tem uma posição definida: disse que existem várias correntes no partido, mas considera que, num primeiro momento, não serve ao PMDB nem a oposição sistemática e nem o apoio irrestrito. Para Gustavo, por uma questão de responsabilidade, o PMDB deveria dar uma trégua de seis meses ao governo Lula, apoiando as medidas importantes para o país. “Acho que temos que dar um tempo para poder avaliar a postura e a relação do PT com o Congresso”.

O parlamentar disse que pretende participar ativamente de um processo de busca de identidade do PMDB nacional.

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