O economista Gustavo Franco, ex-presidente do Banco Central e agora presidente da Fundação Novo defendeu neste sábado, 18, o uso de recursos obtidos com a venda de estatais federais para abater a dívida pública.
“Olhando a lista de empresas estatais, não me convenço que ali necessariamente tenha de ter todas aquelas empresas. Também não é o caso de vender todas no dia seguinte. Muitas tem de fechar, pois o contribuinte brasileiro não tem que sustentar essas iniciativas”, afirmou ele, que deixou o PSDB este ano e deve se dedicar à elaboração do programa de governo de João Amoêdo, fundador do Novo, que lança oficialmente sua pré-candidatura ao Palácio do Planalto neste sábado, 18.
Gustavo Franco ressaltou que há ativos de imenso valor, como a Petrobras e o Banco do Brasil, e é preciso pensar muito bem em como fazê-los funcionar melhor tendo a iniciativa privada com papel crescente e até controlador. “A nação deve muito dinheiro e os credores somos nós. A dívida é muito cara, mais cara que o patrimônio rende, então temos de fazer alguma coisa.”
Na sua visão, as atuações de Petrobras, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal precisam ser repensadas. Entre as ideias que disse acreditar que são interessantes ele apontou rever a conexão que existe entre a Caixa e o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). Segundo o economista, a estatal poderia ser mais eficiente se assumisse um papel mais comercial e menos de administração de programas de governo.
Para o ex-presidente do BC, o FGTS não deveria mais financiar projetos de governo, como da casa própria. , uma vez que esse financiamento deveria estar explícito no Orçamento. “Talvez tornar essas empresas em corporações, como ocorreu com a Vale. Há muitas possibilidades interessantes sobre as quais deve-se refletir.”