O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, deu parecer favorável à aplicação da multa máxima, de 50 mil Unidades Fiscais de Referência (UFIR) – o equivalente a cerca de R$ 53,2 mil – contra o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) e sua presidente, Maria Izabel Noronha, por propaganda eleitoral antecipada para prejudicar o candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra.

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Em representação à Justiça Eleitoral, o DEM e o PSDB, alegaram que a direção do sindicato instrumentalizou a greve da categoria para difundir propaganda tendenciosa de partidários do PT contra Serra. Durante a greve, deflagrada em março, os dirigentes do sindicato, conforme a representação, dirigiram ofensas ao candidato tucano e defenderam, em discursos e panfletos, que a população não votasse nele para presidente.

“Serra, você não será presidente da República”, avisou a sindicalista em uma das manifestações, em frente ao Palácio dos Bandeirantes. “Esse senhor tem competência para ser presidente do Brasil? Não. Não. Mil vezes não”, disse, na ocasião.

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Segundo Gurgel, ficou evidenciado que “houve propaganda eleitoral antecipada negativa”, com foco “na depreciação da imagem do candidato do PSDB”. A legislação eleitoral em vigor prevê multa, para esse tipo de violação, de 20 mil a 50 mil UFIR, mas o procurador optou pelo valor máximo, em razão do princípio da proporcionalidade e gravidade da conduta.

Defesa

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A direção da Apeoesp alegou não saber, à época, que Serra era candidato e que as críticas foram dirigidas ao público específico, aos professores, não aos eleitores em geral. Gurgel considerou que a desculpa não procede. “Primeiro, porque o público alvo é grande e influente junto aos eleitores, além de estar situada no maior colégio eleitoral do País (São Paulo). Segundo, porque a manifestação ocorreu em frente ao palácio do governo, lugar de grande circulação de pessoas.”

Gurgel explicou que a conduta dos sindicalistas violou o Artigo 36 da Lei 9.504/97, por isso o movimento grevista, “que deveria destinar-se ao debate das condições de trabalho, terminou sendo utilizado para fazer críticas e veicular propaganda negativa do PSDB e seu pré-candidato”. O objetivo das críticas, anota o procurador, era “levar ao conhecimento de todos que este não é o mais apto ao exercício da função pública e de levar o eleitor a nele não votar nas eleições deste ano.”