Guimarães: governo tentará votar MPs do ajuste fiscal e PEC dos precatórios

O governo quer votar duas Medidas Provisórias (MPs) e uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nesta terça-feira, 15, na Câmara, antes da sessão do Congresso marcada para as 19h. Na pauta de prioridades do Planalto, segundo o líder do governo, José Guimarães (PT-CE), estão as MPs 690 e 692 e a PEC 74.

A primeira medida provisória trata do aumento do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre bebidas alcoólicas. A outra aumenta progressivamente o Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) sobre ganhos de capital. Já a PEC muda o regime especial de pagamento de precatórios para viabilizar sua quitação por parte de Estados e municípios. “Tudo isso ajuda também na arrecadação dos Estados. Estamos dialogando com líderes da base, estou dialogando com a oposição para ver se construímos algum entendimento”, disse Guimarães.

STF

Em entrevista na tarde desta segunda-feira, 14, José Guimarães procurou inicialmente evitar comentários sobre o julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a suspensão do rito do processo de impeachment. A sessão está marcada para quarta-feira, 16. “Para o governo, votação, votação, votação. Ritmo acelerado para tudo, do Conselho de Ética ao impeachment, às matérias que estão tramitando. Isso não depende de nós. Não tem como nos intrometermos no Supremo. O Supremo tem que decidir. O que ele decidir, está decidido”, afirmou.

Em seguida, ele defendeu que a sessão da Câmara da semana passada fosse anulada. “Claro que tem que cancelar a votação, tem que refazer a votação, na minha opinião”, afirmou Guimarães, defendendo que a eventual decisão não poderia ser interpretada como uma interferência do Judiciário no Legislativo. “Foi estabelecido um rito e este rito foi contestado, caberá ao Supremo arbitrar. Na lacuna, quando há um hiato jurídico, cabe à Corte Suprema deliberar. O que o Supremo deliberar estaremos para cumprir”, disse Guimarães.

Manifestações

Guimarães disse não poder afirmar que o esvaziamento das manifestações de domingo se deveu ao fato de ser o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o condutor do processo de impeachment. “Não sei avaliar, até porque não tem pesquisa se foi por isso ou aquilo. O fato é que o Brasil vive uma normalidade democrática e ninguém pode brincar com a democracia”, afirmou o líder do governo na Câmara. “Quando você faz manifestação de cunho eminentemente político e, no caso da de ontem, com essa visão que todos vocês conhecem, evidentemente que a sociedade brasileira não está a fim de seguir estes caminhos, estes atalhos golpistas”, disse Guimarães.

O líder do governo, no entanto, disse que o governo não está “cantando vitória”. “As manifestações de ontem são normais e só atestam nossa tese: ninguém brinca com a democracia, ninguém pode brincar com a democracia. A democracia está aí para acolher qualquer tipo de manifestação. Foi na época do regime militar, que eu tanto lutei pelas Diretas, como é agora também. Normais. Não é para se estar cantando vitória, muito menos derrota. Faz parte do jogo e é o exemplo de que a democracia está preservada. Ninguém pode ousar interditá-la com esses atalhos autoritários e golpistas de parte do Parlamento. Isso tem que ser visto com normalidade”, afirmou Guimarães.

Bolsa Família

José Guimarães disse que o governo não vai aceitar o corte de R$ 10 bilhões no programa Bolsa Família confirmado na semana passada pelo relator do projeto de lei orçamentária de 2016, deputado Ricardo Barros (PP-PR). “De jeito nenhum, de maneira alguma. O Bolsa Família, os programas sociais são a alma da questão social do Brasil, referência no mundo e conquista importante para a cidadania brasileira. Nem a oposição vai aceitar isso. Não vamos cortar daí jamais. Podemos até cortar mais, mas, no andar de cima, jamais no andar de baixo”, afirmou.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna